Transmitido pela Rádio Excelsior de segunda a sexta na hora do almoço, o Balancê fazia sucesso no início dos anos 80. Era apresentado por Osmar Santos e Juarez Soares, com os humoristas Tatá e Escova e o incrivel sonoplasta Johnny Black.
Irreverente como seus apresentadores, o programa misturava esporte e política, na época os dois grandes amores do Osmar. Tinha também bastante música, tocada ao vivo pelas grandes bandas que estavam surgindo naquele tempo.
Por ser o criador do Balancê, fiquei conhecido no meio, tanto que recebi o convite para ser professor de Rádio na FIAM. Não tenho certeza, mas acho que fui convidado pelo já consagrado Pedro Tadeo Zorzetto, professor de Televisão na faculdade.
Pensei num projeto que começaria levando o programa para o teatro da FIAM e, depois, os alunos iriam em grupos na Rádio Excelsior para assistirem de perto como tudo era feito. No fim do semestre, o Balancê voltaria ao teatro da faculdade produzido pelos próprios alunos do curso de Rádio.
Todo mundo adorou a ideia e, no dia marcado, 300 pessoas de toda a faculdade se espremeram no teatro. Quando o assunto virou política, o humorista Escova passou a imitar o governador Paulo Maluf e o Osmar não perdeu a piada. Acionou a plateia como se estivesse num comício das Diretas: “Um, dois, três… Maluf no xadrez”.
O diretor da FIAM, Roney Signorini, apareceu desesperado na coxia e, nesse momento, alguém me lembrou que o dono da faculdade era o Edevaldo Alves da Silva, advogado do Maluf.
Resumindo: Osmar Santos foi o responsável pelo final precoce da minha carreira como professor universitário. Ele se matou de rir quando soube disso.