Foi-se o tempo em que golpistas tinham que se expor mais. O risco de um golpe maldado daria ruim e, sobretudo, com rapidez. Agora, toda a malandragem é feita simplesmente teclando no computador nomes, endereços residenciais e bancários das vítimas. Vencida essa fase, os modernos golpistas acompanham os resultados à distância, em local inserto e não sabido. Essa caterva moderna da vida digital age no anonimato com desenvoltura apavorante.
A verdade é que a tecnologia colabora eficazmente com eles para levar vantagem sobre incautos. Essa realidade alcançou alto grau de sofisticação. A Inteligência Artificial (IA), de braços dados com a internet rompe barreiras e faz milhares de pessoas sofrerem assédio moral e a perderem dinheiro diariamente em todos os rincões.
Mesmo existindo legislação de regulação, as plataformas digitais colaboram com as armadilhas. Não se preocupam em filtrar as mensagens postadas. Assim, os desprevenidos acatam promessas de verdadeiros milagres na aquisição de medicamentos, produtos utilitários, chás, artigos variados, cursos (vide o caso da esteticista que assistiu um paciente morrer numa mesa de procedimentos recentemente) e outros mais.
Repisando: as plataformas digitais aceitam essas modalidades de “anunciantes” sem, sequer, se preocupar com a veracidade das mensagens. Hoje, graças a inteligência artificial usada para a maldade, se utilizam de rostos ( e vozes) publicamente conhecidos como chave de galão para alcançar seus objetivos.
Nesse espaço intermediário e graças aos modernos recursos da tecnologia, surgiu a figura de influencer. Essa figura, em grande parte, encontrou, uma nova profissão e sem que tenha sido necessário frequentar escolas, aprender sobre respeito, civilidade e humanismo. Bastam belezinhas de caras, bocas, muita maquiagem e físicos bombados para fazer parte dessa nova atividade profissional.
Muito ruim! Quando os lesados procuram as autoridades para tentar reverter uma “compra” ou a invasão de sua vida bancária e particular já é tarde. A polícia tenta, mas não dá conta da demanda de ocorrências e nem está preparada com equipes especializadas para aprofundar investigações.
E assim caminha a humanidade nesses dias tristemente impregnados de sangue ruim. Nem pessoas dotadas, organicamente, de boa dose de otimismo podem encontrar justificativa para acreditar que haverá mudança nesse cenário. Talvez, um dia, quem sabe…