Os aneurismas da aorta abdominal infra-renal são encontrados em até 2% dos homens acima de 60 anos que fumaram pelo menos 100 cigarros na vida. Esta incidência pode chegar a expressivos 12% em portadores de hipertensão arterial que mantiveram o vício em fumar. O risco é significativamente maior em pessoas com histórico familiar da doença, alcançando até 25% – um a cada quatro, portanto – quando diagnosticado em parentes próximos como pai ou irmãos.
O aneurisma é uma condição séria; ele é caracterizado por um aumento de pelo menos 50% do diâmetro do vaso. Na aorta abdominal, a localização mais comum das intercorrências de aneurisma está abaixo das artérias renais, onde ocorrem 80% dos casos. A compreensão e o manejo adequado desse problema são cruciais para salvarmos vidas.
O maior perigo para pacientes com aneurisma da aorta envolve o risco de ruptura do vaso, o que pode levar a uma hemorragia interna frequentemente fatal. Este risco de ruptura está diretamente associado ao diâmetro do aneurisma. Em homens com aneurismas acima de 5,5 cm e mulheres com aneurismas acima de 5,0 cm, a chance de ruptura é de 19,5% – praticamente um para cada cinco intercorrências. O risco aumenta para 43% quando o diâmetro ultrapassa 6 cm.
Quando a anatomia do local permite, o tratamento é realizado pela via endovascular, uma técnica minimamente invasiva que utiliza cateteres e requer apenas uma pequena incisão na virilha – método que oferece várias vantagens, incluindo internações de curta duração e, em casos selecionados, a alta no mesmo dia. Isso resulta em menos “agressão” ao paciente e uma recuperação mais rápida.
A escolha do tratamento endovascular não é apenas uma questão de conveniência, mas uma estratégia, na maioria das vezes eficaz, para reduzir o risco de complicações associadas a procedimentos reconhecidamente mais invasivos. A abordagem minimamente invasiva é benéfica para pacientes idosos ou àqueles com comorbidades significativas, que podem não tolerar bem uma cirurgia aberta. Portanto, é crucial que pacientes em grupos de risco façam exames regulares para detectar possíveis aneurismas precocemente – é essa a agenda sobre a qual devemos nos mobilizar, numa ação que envolve o papel do médico ao despertar a consciência e o envolvimento do paciente para a investigação clínica. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado evitam complicações graves e salvam vidas.
Por fim, combinação de diagnóstico precoce, monitoramento constante e tratamento endovascular avançado representa a melhor abordagem para lidar com o aneurisma da aorta abdominal.