O analfabetismo é um problema social que afeta milhões de brasileiros e compromete o desenvolvimento do país. Segundo o IBGE, em 2020, 6,6% da população com 15 anos ou mais era analfabeta, o que corresponde a 11 milhões de pessoas. Além disso, 29% dos brasileiros nessa faixa etária eram considerados analfabetos funcionais, ou seja, tinham dificuldades para ler, escrever e interpretar textos simples.
A educação é um direito de todos, garantido pela Constituição Federal, e um dever do Estado, que deve oferecer ensino público, gratuito e de qualidade para todos os níveis. Porém, muitos jovens e adultos não tiveram acesso à educação básica na idade adequada, por diversos motivos, como pobreza, trabalho infantil, falta de vagas, distância das escolas, entre outros.
Para atender essa demanda, existe a Educação de Jovens e Adultos (EJA), uma modalidade de ensino que busca compensar a defasagem escolar e possibilitar a conclusão do ensino fundamental e médio em um tempo mais curto do que o regular. A EJA pode ser oferecida tanto na forma presencial quanto a distância (EAD), sendo esta última uma alternativa que oferece mais flexibilidade, autonomia e acessibilidade para os estudantes.
A EJA EAD é regulamentada pelo Ministério da Educação (MEC) e segue as mesmas diretrizes e currículos da EJA presencial. A diferença é que os estudantes podem acessar os conteúdos e as atividades por meio de plataformas digitais, no horário e no local que preferirem, desde que cumpram a carga horária mínima e as avaliações exigidas. O certificado de conclusão da EJA EAD tem a mesma validade que o da EJA presencial e permite o ingresso em cursos técnicos, profissionalizantes ou superiores.
A EJA EAD pode ser oferecida tanto por instituições públicas quanto privadas, desde que sejam credenciadas pelo MEC e sigam as normas estabelecidas. A iniciativa privada pode contribuir para a erradicação do analfabetismo ao oferecer soluções EAD de qualidade, com preços acessíveis, materiais didáticos adequados, infraestrutura tecnológica, acompanhamento pedagógico e certificação reconhecida.
Um exemplo de iniciativa privada que está investindo na EJA EAD é o programa Bora Zé, uma parceria entre a Ambev e o Zé Delivery, que visa oferecer oportunidades de estudo e trabalho para pessoas entregadoras e suas famílias. O programa oferece duas mil bolsas de estudo para supletivo do ensino fundamental e médio, com a Analytica Ensino, e cursos de curta duração, com a Eduk, além de conectar os participantes com vagas de emprego dentro do ecossistema da Ambev, nas áreas de vendas e logística.
O Bora Zé é uma ação que faz parte do Bora, uma plataforma de inclusão produtiva lançada pela Ambev em 2022, que tem a ambição de impactar 5 milhões de pessoas até 2032. O objetivo é oferecer educação, conexão e geração de renda para pessoas em situação de vulnerabilidade social, impulsionando a mobilidade social e o desenvolvimento sustentável.
A iniciativa privada pode ajudar na erradicação do analfabetismo com soluções EAD, desde que tenha compromisso social, responsabilidade educacional e parceria com o poder público. A educação é um direito de todos e um dever de todos, e somente com a participação de todos os setores da sociedade será possível garantir uma educação de qualidade, inclusiva e transformadora para todos os brasileiros.