Minha experiência, em face de participações em diversos eventos e reuniões sobre sustentabilidade, é a de que o tema está sendo discutido, no meio empresarial, ainda de forma ‘superficial’. Exceto, talvez, em alguns setores nos quais há um nível de conhecimento maior ou porque há ‘cobranças’ diretas feitas pelos clientes.
Parece-me que junto aos Operadores Logísticos esse engajamento tem sido mais positivo, considerando que grande parte das empresas associadas à ABOL – Associação Brasileira de Operadores Logísticos, já tem instalado programas para realização de inventários de emissões, criado estruturas específicas que tratam do tema (ESG inclusive) e desenvolvido ações que buscam a ‘descarbonização’. A própria ABOL estruturou uma Coordenadoria ESG, de forma a estudar o assunto e auxiliar todos os seus associados.
Entretanto, de uma forma geral e considerando ser um tema ainda novo, é preciso aprofundar o conhecimento a respeito, principalmente se considerarmos, por exemplo, que o setor de logística e transporte, tem papel fundamental em qualquer programa que tenha a ‘descarbonização’ como objetivo.
Não à toa, e como exemplo, a SBTi (Science Based Targets initiative), mobiliza-se mundialmente para incentivar e apoiar as empresas para adotarem metas baseadas na ciência que tenham objetivo de redução de emissão de gases de efeito estufa (GEE), como forma a acelerar a transição para uma economia emissões líquidas zero.
Sempre com transparência e utilização das melhores práticas, metas baseadas na ciência e devidamente validadas, que cubram os escopos 1, 2 e 3 (conforme definidos pelas Normas do GHG Protocol) e que atendam as diretrizes do Acordo de Paris, o que se deseja é o estabelecimento de um mundo mais sustentável e próspero para as gerações vindouras.
Iniciativa que tem a participação de várias entidades (Fundo Mundial para a Natureza-WWF, Carbon Disclosure Project-CDP, World Resources Institute- WRI e Pacto Global das Nações Unidas), as práticas SBTi já estão sendo adotadas por empresas importantes e de todo o mundo. Dell, Sony, Natura, Schneider Electric, Coca-Cola e Nestlé são alguns exemplos.
Aqui no Brasil, há que se lembrar inclusive, que já está tramitando no Congresso Nacional, Projeto de Lei (PL) para regulamentar o mercado de carbono que tem, como objetivo principal, promover a descarbonização da economia de maneira impositiva. É preciso, portanto, estar preparado para isso, pois a expectativa é de que o PL seja aprovado ainda este ano.
Por esses e outros motivos é que a empresa Verda e o Cubo Itaú vão realizar, dia 21 próximo, o evento “[Logística ao Cubo] Descarbonização do transporte de cargas”, que tem o objetivo de trazer mais informação e conhecimento ao mercado. O link abaixo possui todas as informações sobre o programa a ser desenvolvido, bem como a forma de inscrição que é gratuita.
https://www.sympla.com.br/evento/logistica-ao-cubo-descarbonizacao-do-transporte-de-cargas/2413188.
Cumpre-me, portanto, convidar todos vocês a participarem.