Poucas vezes em toda a sua história, a arbitragem do futebol brasileiro chegou a um nível tão baixo. Ultimamente, em todas as rodadas do Campeonato Brasileiro há problemas que irritam dirigentes e torcedores, e que acabam por desvirtuar totalmente a imagem dos árbitros que trabalham nas competições promovidas pela CBF. Há até aqueles que insinuam que alguns erros são propositais e citam o presidente do Botafogo carioca, John Textor, que garantiu ter provas incontestáveis de compra de resultados em alguns jogos do Brasileirão e até mesmo da Copa do Brasil num passado recente.
Declarações fortes como essas destroem totalmente a imagem e a credibilidade de nossos árbitros (que nem tem como se defender) e os pressionam ainda mais cada vez que entram em campo para fazer seu trabalho. Curioso é que o atual presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, não fala nada, nem à favor nem contra, como se não houvesse nenhuma crise envolvendo a arbitragem brasileira. O único que ainda se manifesta é Wilson Seneme, atual presidente da Comissão de Arbitragem da CBF. Mas seus argumentos são tão frágeis que nem merecem ser levados em consideração. Aliás, em minha opinião, Seneme nem foi um grande árbitro. Nem me parece ter espírito de liderança. Em razão disso, não seria o indicado para fazer uma mudança tão radical como a arbitragem brasileira precisaria.
Diante o que exponho no texto acima, vocês devem estar perguntando: qual seria a melhor saída para a CBF acabar com as críticas e melhorar definitivamente a arbitragem brasileira? Em minha opinião, seria profissionalizar os árbitros brasileiros como acontece, por exemplo, no maior campeonato de futebol do mundo, o inglês.
Lá eles são respeitados, e aquela cobrança sistemática e ostensiva que os juízes brasileiros sofrem por aqui, não existe. Para atingir esse nível de qualidade, no entanto, a Premier criou uma moderna escola de árbitros onde os alunos são obrigados a passar por uma preparação física digna de grandes atletas; por aulas diárias sobre as regras de futebol e suas minúcias e também por aulas sobre como um árbitro deve proceder do momento em que entra em campo até o final do jogo.
Assim que completa o curso, o aluno inicia a parte prática. Vai primeiro apitar jogos menos importantes. Quando ganha maturidade, começa a apitar jogos das diversas divisões do futebol inglês até firmar-se como um árbitro da série A. Ele pode ganhar entre 468 mil reais ou 673 mil reais por ano. Só que não pode trabalhar em outro lugar.
Deve dedicar-se exclusivamente à arbitragem profissional. Se isso fosse adotado no Brasil, a arbitragem certamente ganharia muito mais respeito, alcançaria um nível técnico muitas vezes superior ao de hoje e não seria tão criticada e ridicularizada como tem acontecido na atual temporada.
Seria então o caso de se perguntar: será que a CBF teria coragem de adotar esse sistema mesmo gastando um pouco de dinheiro a mais? Acho difícil responder. Mas que seria o melhor caminho num momento em que nossa arbitragem está “implodindo”, não resta nenhuma dúvida.. Concordam???