Tudo se move, a vida flui. Para o filósofo Heráclito (540 – 470 a.C.) da antiga Grécia “nunca entramos duas vezes no mesmo rio, pois ainda que pensemos que o façamos, as águas jamais serão as mesmas”.
A vida é um permanente fluir que permite sempre renovação e transformação.
Tudo está envolto por um constante devir. Nada é, mas tudo está vindo a ser.
As coisas não cessam de acontecer…
Fora de nós os segundos não param.
Para Heráclito, tudo é um permanente vir a ser…
O cerne da filosofia desse filósofo pré-socrático é o sentido do movimento presente no Universo.
Se as coisas estão em movimento, é porque estão subordinadas ao tempo, portanto, elas se transformam.
O ser para Heráclito é um vir a ser, por isso, está em constante dinâmica.
Todas as coisas existem em conflito e esse é o motor do movimento.
O Universo almeja algo, uma unidade, um estado de repouso, onde os conflitos estarão eliminados, onde se encontrará a Harmonia final.
Essa unidade de todas as coisas (que almeja) é o Logos.
Logos é um estado de coisas inteligentes, que garante uma Harmonia final.
Logos é a inteligência de Deus revelada e consumada no Universo, onde não existe conflito, somente Harmonia pura.
Para Heráclito, não existe gênese, ser criador, pois o movimento sempre esteve em movimento.
Não existe ponto de início, mas uma dinâmica caminhando para o Logos.
Para esse filósofo, o interno é uma ilusão e o externo é real.
Na sua filosofia, há um implícito antropomorfismo, pois por meio do movimento tudo nasce, vive e morre.
Para Heráclito, o essencial é obedecer à vontade do Uno, do Logos que nos levam para a Harmonia final.
O Logos governa o mundo e encontra-se na alma.
Ele é profundo, por isso, ele não é completamente acessível.
O Logos transmite-nos o “Sentido”, competindo-nos decifrá-lo na medida das nossas forças.
O Universo almeja algo, ou seja, o Logos.
O Logos nos transcende e é imanente a nós.
A natureza ama os contrários e sabe operar-lhes a síntese para realizar a Harmonia.
O Universo não se modifica aleatoriamente. Há uma luta por meio da tensão entre os opostos que tendem a separar-se mutuamente ou a destruir-se.
A bela harmonia nasce do que difere.
O combate é o pai de todas as coisas.
Se “ser” é um vir a ser, então ser é não ser e aí subsiste a dialética em que Hegel se inspirou.
Para Heráclito, ser é um constante vir a ser, mas não é eterno, pois está no tempo.
O ser é algo voltado para o futuro.
Para esse filósofo, não há ser, somente existe o devir.
O motor do movimento é o conflito entre os opostos.
Tudo é uma coisa só.
Todas as coisas nascem do Uno e o Uno de todas as coisas.
Na realidade, o Universo é um fogo vivo, acendendo-se e extinguindo-se com medida (incêndio cósmico) por meio do combate.
Heráclito é um inspirador da dialética Hegeliana que é proposta em três momentos lógicos: tese, antítese e síntese.
Enfim, viver é ser tudo e não ser nada.
“Tudo muda, nada é”.
Heráclito (540 – 470 a.C.), filósofo grego pré-socrático.