No passado, a imprensa esportiva paulista batizou os três grandes clubes da capital paulista (Corinthians, Palmeiras e São Paulo), como o “trio de ferro” do futebol brasileiro. E eles, durante décadas, justificaram essa designação. Os três eram, de fato, os gigantes do futebol do Estado mais rico do País, e colecionavam, a cada década, um grande número de vitórias históricas e títulos importantes. Suas torcidas, como consequência, cresceram ainda mais e, segundo os Institutos de Pesquisa, ainda hoje, o Corinthians é o segundo clube com maior torcida do País, enquanto Palmeiras e São Paulo dividem entre si a terceira colocação (a diferença entre os dois é mínima).
Na atual temporada, no entanto, ao analisarmos o que eles têm feito fora e dentro de campo, um deles ficou para trás e parece estar decepcionando um pouco mais seus torcedores. Estou falando do São Paulo, presidido pelo empresário Julio Casares, um homem que ocupou vários cargos na diretoria do clube até ser eleito seu presidente. Ambicioso, ele tem comentado nos bastidores que, mesmo sabendo que sua gestão atual seria a última (segundo os estatutos do clube), ele vai dar um jeito de continuar no cargo, pois quer estar no poder em 2030, quando o Tricolor “mais querido do mundo”, como dizem seus torcedores, vai completar seu centenário (o que Palmeiras e Corinthians já fizeram).
Particularmente, sou contra prorrogar mandatos ou criar fórmulas mágicas para contrariar os estatutos de um clube. Estatuto é coisa séria e não deve ser alterado em momento algum, exceto se for para melhorar seu texto ou acrescentar medidas importantes que vão valorizar o clube. Mudá-lo só para favorecer alguém á continuar no cargo, prá mim, é “golpe”. No caso de Casares, em particular, ele até fez muitas coisas boas pelo clube. Ganhou dois títulos (um paulista e uma Copa do Brasil), modernizou o Morumbi e o CT de Cotia, mas também enterrou o São Paulo em dívidas. Para que vocês tenham uma idéia, o déficit do clube hoje já está perto de 1 bilhão de reais. Para se defender, Casares divulgou relatório dias atrás para provar que neste ano ele “abateu” a dívida do clube em mais de 50 milhões. Aí vale a pergunta: “o que é 50 milhões para quem deve quase um bilhão? Cinco por cento, ou um pouco mais? Não importa. O São Paulo com Casares está no buraco. Neste ano, dentro de campo, não ganhou nada. Não conseguiu chegar às finais do Paulistão, da Libertadores e da Copa do Brasil.
No Brasileirão não tem mais chance de conseguir vaga na Libertadores (sonho da torcida tricolor). Então, qual a vantagem de “diminuir essa dívida em pouco mais de cinquenta milhões”? Por isso, sugiro ao atual presidente do São Paulo que encerre sua atual gestão e deixe o clube para um sucessor mais competente. Melhor parar logo e deixar o clube em paz. A torcida vai agradecer…










