Apesar de ser considerado um mercado mais tradicional, o setor atacadista vem se modernizando e, cada vez mais, aplicando novas tecnologias em seus processos. Embora ainda exista um longo caminho para a completa digitalização do segmento, à medida em que a Transformação Digital ganha espaços no mercado, percebemos uma tendência de modernização no atacado distribuidor no Brasil.
Um dos destaques são as vendas on-line, que trazem uma das maiores vantagens competitivas para os distribuidores, uma vez que elas agilizam o dia a dia dos compradores, fornecendo uma experiência mais favorável ao próprio ritmo de trabalho atual. Ao mesmo tempo, essa modalidade de vendas reduz custos operacionais e potencializa os negócios.
Isso porque o ciclo de vendas é encurtado, diminuindo a quantidade de processos a serem executados desde a prospecção até a conversão, eliminando visitas e aumentando a produtividade da equipe. Outro ponto fundamental é que o seu cliente tem a autonomia de escolher quando e em qual canal prefere finalizar a compra. E a presença digital cada vez aproxima você do shopper.
Já é sabido que a modalidade de compra on-line segue crescente em relação à preferência dos consumidores, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas. Em 2023, o faturamento do e-commerce brasileiro foi de R$ 185,7 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Além disso, Wunderman Thompson divulgou o relatório de tendências B2B de 2023 sobre o futuro do comprador B2B, que indicou que 50% das compras B2B feitas no Brasil são on-line e a expectativa é que esse número suba para 61% em cinco anos. Ou seja, o e-commerce segue em expansão no Brasil, incluindo no setor B2B.
Para reforçar os benefícios da digitalização do setor atacadista, que são inúmeros e podem impulsionar o crescimento de qualquer organização, seguem seis dicas para aplicar este conceito na prática:
- Integre funções em seu e-commerce – para uma melhor experiência, o e-commerce no atacado distribuidor deve integrar funções de distribuição em um sistema digital acessível de múltiplos dispositivos. Com isso, o usuário pode armazenar dados na nuvem e melhorar a visibilidade em tempo real da cadeia de suprimentos.
- Integre sistemas – uma ótima prática no mercado é integrar o e-commerce com os sistemas principais, como ERP (Enterprise Resource Planning). Além disso, é interessante fazer a integração de tabelas de preço, cadastros de clientes e produtos, limites de crédito e planos de pagamento, etc. Tudo isso contribui para evitar ineficiências e perda de receita, garantindo que os dados sejam precisos e atualizados.
- Escolha uma plataforma de confiança – um dos principais diferenciais de um e-commerce é sua plataforma. Por isso, é preciso eleger uma ferramenta que seja flexível e suporte arquitetura multicanal, permitindo adaptabilidade às necessidades futuras do negócio. Isso torna a experiência do usuário melhor, além de permitir atualizações sempre que necessário.
- Listagem de produtos – é importante sempre enriquecer as listagens de produtos com visual merchandising, criação de categorias e vitrines inteligentes, descrições detalhadas dos itens e especificações técnicas para melhorar a experiência do cliente e potencializar a compra.
- Aproveite o potencial do e-commerce – o e-commerce rompe barreiras geográficas, por isso é importante usar todo seu potencial, visando novos segmentos de clientes e expansão da área atendida pelo seu negócio.
- Estratégia omnichannel – com a Transformação Digital, é essencial criar experiências de usuário personalizadas e com compras simplificadas em todos os canais, o que converge em para aumento da satisfação e da fidelização do cliente.
O setor atacadista no Brasil vive um processo de modernização, impulsionado pela adoção de novas tecnologias e pela crescente tendência de digitalização. Prova disso é que, segundo o estudo do ranking ABAD/NielsenIQ (Associação Brasileira De Atacadistas E Distribuidores De Produtos Industrializados) de 2023, a aposta no comércio virtual se tornou tendência no setor atacadista.
A análise indicou que 48,9% das empresas têm expectativa de investir no e-commerce, um aumento de 12% com relação ao ano de 2022. Ou seja, a migração para vendas on-line tem se destacado como uma vantagem competitiva significativa, agilizando processos, reduzindo custos operacionais e proporcionando uma experiência mais favorável aos clientes.
Portanto, a digitalização do setor não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para as empresas que desejam permanecer competitivas e atender às crescentes demandas do mercado.
*Rafael Martins é CEO do Grupo Máxima, líder em soluções de força de vendas e e-commerce, trade marketing e logística para a cadeia de abastecimento. Com formação em Tecnologia da Informação pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e pós-graduação em Qualidade de Software pela Universidade Católica de Goiás (UCG), o executivo atuou por mais de dez anos na PC Sistemas (atual Totvs), onde desenvolveu vasta experiência na construção de sistemas para o mercado atacadista distribuidor, como o ERP WinThor.