Mais um da minha geração partiu nesta terça, agora foi João Leite Neto.
Solidificamos uma grande amizade a partir das inúmeras e geladas madrugadas que enfrentamos em 1968, ao lado de outros companheiros de emissoras de rádio e jornais, na porta do Hospital das Clínicas aguardando o primeiro transplante de coração que se anunciava para aqueles horários críticos – até hoje não entendi porque o professor Zerbine não programava a cirurgia para “o horário comercial” que é muito mais racional, pelo menos para conforto dos jornalistas. Eu, pela Jovem Pan, Bahia Filho, Bandeirantes, Araripe Barbosa, rádio Gazeta, João Leite, rádio Marconi, Saulo Gomes, Tupi e muitos outros da Record, Nacional SP, que mais tarde virou Globo, Excelsior, mas infelizmente a memória deixou de ser minha parceira nesta hora e não me recordo os nomes dos demais colegas daqueles tempos românticos do jornalismo autentico.
Proibidos pelo saudoso dr. Valdomiro de Paula, diretor do PS do HC de ficar no pátio do hospital, na entrada do pronto socorro, onde a gente se aquecia jogando bola e perturbando o sono de todos os pacientes lá internados, por ideia do querido João Leite, cada repórter saiu com sua viatura e equipe técnica, recolhendo moradores de rua e levando todo mundo para aquele PS para receberem ao menos um chá quente. Foi o quanto bastou para que a ordem de nossa expulsão do local fosse revogada e assim voltamos ao pátio interno, porém, mais comportados, nada de futebol, clausula principal do acordo.
Lembranças como essa, João Leite Neto, sua partida não apagará de nossas memórias e o convívio com voce está marcado para sempre em nossos corações.
E logo hoje João, Dia do Radialista, até no adeus você resolveu aprontar com seus companheiros e familiares? Descanse em paz, amigo de fé!