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Por que aceitamos pacificamente tantas injustiças no Brasil? – por Jorge Lordello

É possível imaginar o réu acusado de crime grave receber benefícios por ter tido bom comportamento na cadeia. Mas ele está preso por ter tido mal comportamento fora dela… Para o empregado dedicado, com bom comportamento e eficiência, proporcionam mais trabalho e mesmo salário. Vítimas, testemunhas e policiais são obrigados a dizer a verdade e correm o risco de serem processados por falso testemunho se cometerem engano ou até esquecimento em depoimento. Já as pessoas suspeitas de terem praticado crimes na fase policial ou processadas criminalmente, além do direito de permanecerem caladas, podem mentir sorrateiramente e tentar confundir aqueles que são incumbidos de apurar a verdade.

E a substituição da pena do condenado por cestas básicas, alguém consegue compreender? No presídio, o detento recebe três refeições diárias e não precisa pagar por nada. Algumas empresas oferecem refeição aos funcionários que tem que pagar parte dessa despesa ou levar marmita. Enquanto aguardam julgamento, marginais tem direito a TV, jogos de baralho, dama, xadrez, dominó e um futebolzinho, porque é bom para manter a forma e arejar a mente. Agora, se o empregado fizer isso durante expediente de trabalho, pode receber em troca demissão por justa causa.

Nova lei permite que menor infrator tenha direito a visita íntima. Já o adolescente estudante é proibido de frequentar motel. Todas as despesas relacionadas com criminosos detidos são arcadas com o dinheiro do contribuinte. Parte dos impostos deduzidos do salário do trabalhador servem para custear despesas daqueles que se recusam a levantar cedo, enfrentar o transporte público e ganhar salário mínimo, pois preferem viver roubando daqueles que suaram muito para adquirir seus pertences de maneira honrada.

Conheço alguns colégios onde os alunos mandam e os professores obedecem. Passar de ano sem estudar; receber diploma sem saber ler e escrever são algumas das aberrações que fazem parte de nosso cotidiano. E para finalizar com chave de ouro, temos homicidas condenados pelo Tribunal do Júri com penas altíssimas saindo do Fórum sorrindo pela porta da frente, enquanto familiares das vítimas, chorando copiosamente.

O líder e pacifista indiano Mahatma Gandhi disse certa vez que “Os sete pecados capitais responsáveis pelas injustiças sociais são: riqueza sem trabalho; prazeres sem escrúpulos; conhecimento sem sabedoria; comércio sem moral; política sem idealismo; religião sem sacrifício e ciência sem humanismo”.

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