A proposta do senador Antônio Hamilton Martins Mourão que concede a anistia aos acusados e condenados pelos distúrbios de 8 de janeiro de 2023 em Brasília, desde que não estejam envolvidos em depredações, abrange a maioria dos detidos no movimento ocorrido naquela data. A história da anistia no Brasil tem uma longa tradição. Da colônia à República em vários momentos da vida política nacional a anistia tem estado presente. A própria base esquerdista atualmente ativa no Brasil tem sua origem a partir da anistia concedida em 28 de agosto de
1979, pelo presidente João Baptista Figueiredo, que outorgou o perdão aos perseguidos políticos (que o regime militar via como subversivos) e, dessa forma, pavimentou o caminho para a redemocratização do Brasil. Por isso é incoerente o movimento dos partidários da esquerda, eivados de ódio e impregnados pelo revanchismo, que se colocam radicalmente contrários à proposta do senador Hamilton Mourão.
A campanha do ódio que ajudou a conduzir Luís Inácio da Silva à presidência da República tem que ter um paradeiro, sob o risco de mergulhar o país em uma contenda fraticida. O ódio incontido, apoiado por autoridades ególatras e inconsequentes que visam apenas o poder, já faz parte da cultura da gente brasileira, outrora um povo visto como pacífico e amigável. É importante lembrar que a anistia não significa impunidade. Ela é uma forma de reconciliação e pacificação, permitindo que a sociedade possa seguir a sua lida e construir um futuro melhor para toda nação. É preciso deixar de lado as divisões e buscar a unidade, respeitando a diversidade de opiniões e a pluralidade de ideologias em meio a um mundo conturbado pelas tensões geopolíticas.
A proposta de anistia do senador Mourão pode ser um passo para a superação dos conflitos e a construção de um diálogo mais profícuo entre as diferentes correntes políticas, harmonizando o convívio social brasileiro, reunindo novamente as famílias e reatando velhas amizades rompidas. É fundamental que a sociedade brasileira busque a paz e a consonância, em vez de alimentar o ódio e a divisão, gerando uma escalada de intolerância e de iminente violência.
É hora de olharmos para frente e termos o equilíbrio necessário para trabalharmos juntos pelo bem comum. Sem dúvida, a anistia pode ser um instrumento importante nesse processo desde que seja utilizada de maneira responsável e justa por aqueles que detêm o poder. Conciliar não é recuar dos seus princípios e tampouco abrir mão das suas convicções, mas sim ter a dignidade da tradição Cristã da indulgência que esculpiu a nossa civilização ocidental. É preciso apostar na conciliação e no perdão, ao invés de continuar alimentando a polarização e o ressentimento, atitudes que depredam o caráter histórico do povo brasileiro. A
história da anistia no Brasil nos ensina que é possível superar os traumas do passado e construir um futuro mais justo e democrático. Chegou o momento de seguir adiante e construir um país mais unido e solidário.
Se queremos a democracia vigendo no país busquemo-la na conciliação entre os brasileiros e não no ódio arbitrado pelos tiranos instalados no poder, sob a toga de guardiões da própria democracia. A soberania popular plena só pode prosperar quando houver respeito e diálogo entre todos os cidadãos, independente de suas opiniões políticas. O ódio e a divisão apenas enfraquecem a democracia e abrem espaço para autoritarismos e para o empoderamento dos próceres cesaristas. A busca obstinada da conciliação, do respeito e da empatia é o instrumento para que juntos possamos construir um país mais justo e igualitário para todos. É
importante lembrar que a democracia não é um fim em si mesma, mas sim um meio para garantir a liberdade e a igualdade de todos os cidadãos.
ANISTIA AINDA QUE TARDIA por Foch Simão
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