Alice Herz-Sommer, também conhecida como Alice Sommer (1903-2014) foi uma pianista e professora de música, de origem judaica, que sobreviveu ao campo de concentração de Theresienstadt em 1943.
Esse espaço era uma combinação de gueto e campo de concentração perto do Protetorado do Reich na Boêmia e na Morávia, a atual República Tcheca.
Ela viveu por 40 anos em Israel, antes de migrar para Londres em 1986, onde residiu até a sua morte.
Alice nasceu em Praga, no Reino da Boêmia. Seu pai era comerciante e a sua mãe era altamente educada e movida em círculos de escritores bem conhecidos. Ela tinha duas irmãs, incluindo uma irmã gêmea, Mariana, e dois irmãos. Os seus pais dirigiram um salão cultural no qual frequentavam escritores famosos como Franz kafka e Franz Werfel, o compositor Gustav Mahler, o médico e psicanalista Sigmund Freud, Rainer Maria Rilke, Stefan Zweig e Thomas Mann.
Alice casou com um homem de negócios e músico amador Leopold Sommer (1905-1945) em 1931.
O casal teve um filho, Stephan, mais tarde ficou conhecido como Raphael. Ela começou a dar concertos em toda a Europa até que os nazistas invadiram Praga e não permitiram que os judeus participassem de concursos de música ou ensinassem alunos não judeus.
Depois da invasão da Tchecoslováquia, a maior parte de sua família e amigos emigrou para a Palestina e Romênia, mas ela ficou em Praga para cuidar de sua mãe, Sofie, de 72 anos. Elas foram presas e sua mãe foi assassinada em um campo de concentração.
Em julho de 1943, ela foi enviada para Theresienstadt, onde ela tocou em mais de 100 concertos junto com outros músicos, para prisioneiros e guardas.
Seu marido morreu de tifo no campo de concentração de Dachau, seis semanas antes de o campo ser liberado.
Após a libertação Soviética de Theresienstadt em 1945, ela e Rafhael, seu filho, retornaram a Praga, e em março de 1949, emigrou para Israel para se reunir com alguns de seus familiares sobreviventes.
Alice viveu em Israel por quase 40 anos, trabalhando como professora de música na Academia de Música e Dança de Jerusalém até emigrar para Londres em 1986. Seu filho Raphael, um violoncelista e maestro, morreu em 13 de novembro de 2001 aos 64 anos, de um aneurisma em Israel no final de uma turnê de concertos.
Em Londres, Alice viveu perto de sua família em um apartamento no Belsize Park. Era visitada quase diariamente por seus amigos mais próximos, incluindo o seu neto Ariel Sommer e a sua nora Geneviere Teuliàres Sommer.
Alice Sommer tocava piano três horas por dia até o final de sua vida.
Ela morreu em um hospital em Londres em 23 de fevereiro de 2014 aos 110 anos e 89 dias. Sua morte foi confirmada por seu neto Ariel Sommer.
Alice Herz-Sommer é uma sobrevivente, uma mulher que desafiou a morte e conseguiu viver até a impressionante idade de 110 anos.
Ela foi, realmente, uma sobrevivente, pois era judia e foi condenada à morte num campo de concentração.
Portanto, estava condenada a ser uma eterna vítima!
Porém, ficou conhecida como “a mulher mais otimista do mundo”.
Alice Sommer foi admirada por sua vitalidade sempre presente até os últimos anos da sua vida.
Apesar de sua idade avançada, praticava piano, sua grande paixão todos os dias.
Por incrível que pareça, quando era quase centenária se matriculou em uma universidade para a terceira idade.
Sua vontade de aprender e de se superar nunca a deixou.
Enfim, ela sempre enfrentou a vida com otimismo!
Desde os oito anos de idade, dedicou-se com amor e disciplina ao piano, e já fazia concertos em Praga quando era apenas uma adolescente.
Leopold Sommer, seu marido, casou-se com ela e se transformou no grande amor de sua vida. Em 1937, nasceu seu único filho, Raphael.
Em 1939, teve início a ocupação Nazista na Tchecoslováquia.
A maioria dos judeus foi enviada a um gueto.
Alice e a sua família contavam com o respeito do seu entorno, e talvez por isso tenham sido autorizados a continuar vivendo em seu apartamento.
Em 1942, chegaram as cartas de deportação para a mãe de Alice e os pais de Leopold. Foi um momento dramático.
A própria Alice teve que levar sua mãe de 72 anos, até o centro de deportação. Ali, se despediu e viu sua mãe partir rumo à morte.
Esse momento de impotência foi, para ela, o mais desolador da sua vida!
Em 1943, uma nova ordem de deportação, neste caso, destinada a Alice, seu esposo e seu filho.
Os três foram levados ao campo de concentração de Theresienstadt que era considerado um “campo de artistas”.
Seu esposo foi transferido para o campo de Auschwitz e, ao se despedir, lhe disse: “Não faça nada voluntariamente”.
Dias depois, os nazistas perguntaram se havia algumas “voluntárias” que queriam se unir a seus esposos.
Alice se lembrou das palavras de Leopold e se negou. Desta maneira, conseguiu salvar a sua vida.
Costumava dizer que o mais duro de tudo era seu filho passando fome. Para compensar, ela sorria sempre.
Terminada a guerra, se mudaram para Israel.
Raphael se tornou um renomado violoncelista.
Assim sendo, a biografia de Alice-Herz-Sommer é essencial para perceber que o ser humano é capaz de suportar tudo por meio da coragem, fortaleza, paciência e otimismo.
“Nunca falei sobre o passado porque não queria que meu filho crescesse com ódio, porque o ódio traz mais ódio. E eu tive sucesso nisso”.
Alice Herz Sommer (1903-2014)
Maravilhosa.Hrande sábia! Obrigadaaaaaa