Como a manipulação das diferenças, disfarçada de progresso social, concebe uma geração de intolerantes e destrói as bases históricas da sociedade brasileira, atendendo à agenda globalista da desmoralização dos valores nacionais, do desmantelamento da tradição familiar e do desvirtuamento do credo religioso.
A velha máxima romana, “dividir para conquistar” ecoa pelos séculos como o mais eficaz manual de dominação. Júlio César a aplicou na conquista da Gália, instigando rivalidades entre tribos antes de subjugá-las. Os bolcheviques a reproduziram, colocando camponeses contra fazendeiros, pobres contra classe média e irmãos contra irmãos, dilacerando o tecido social da Rússia sob o pretexto de uma revolução libertadora. Décadas depois, os nazistas retomaram o mesmo método, elegendo minorias como culpadas pela derrocada alemã. A lição é inequívoca, de que todo regime que se ergue sobre a divisão do povo termina por destruir a própria nação.
Hoje, sob o verniz da modernidade e dos discursos de “inclusão”, a velha tática renasce com nova roupagem. Grupos políticos de vocação totalitária travestem-se de defensores da justiça social enquanto fomentam desconfiança, ressentimento e conflito. Repartem o país em facções, opõem pobres e ricos, brancos e pardos,
homens e mulheres, crentes e descrentes. A unidade nacional é sacrificada em nome de agendas ideológicas disfarçadas de virtude.
O aspecto mais perverso, porém, é a manipulação dos marginalizados. Aqueles que, por fatores sociais, étnicos ou econômicos, sentem-se esquecidos e excluídos, encontram na retórica sectária um falso abrigo. Tornam-se alvos fáceis das organizações políticas que exploram sua dor e sua revolta, oferecendo-lhes uma causa, uma bandeira e um inimigo comum. O ódio passa a preencher o vazio da esperança, e o engano, a dar sentido à existência.
Dessa manipulação nasce uma geração de intolerantes raivosos, incapaz de dialogar, de ponderar, de conviver com o contraditório. O debate cede lugar à agressão; a razão, à paixão; a liberdade, ao medo. O país, que sempre foi símbolo de diversidade e fraternidade, transforma-se em campo de batalha ideológica, onde cada grupo acredita deter o monopólio da virtude e o direito de calar o outro. Assiste-se, perplexamente, à cizânia implantada no seio das famílias, outrora o alicerce moral e afetivo da nação brasileira. As mesas de jantar, antes palco de diálogo e convivência, tornaram-se arenas de discórdia. Amizades antigas se desfazem, convívios cotidianos se deterioram, e o respeito dá lugar à desconfiança. Tudo em nome de ideologias que transformam cidadãos comuns em militantes cegos, incapazes de reconhecer o outro como semelhante.
Os tolos, manipulados por essa engrenagem política perversa, julgam e condenam seus próprios pares, arrogando-se o papel de juízes morais de um tribunal invisível, o da ideologia pseudo social. Assim, a intriga se instala, o afeto se esvai, e o tecido social se rompe em silêncio, corroído pela intolerância travestida de convicção. O preço é previsível e devastador, um povo dividido não constrói futuro. Perde a coesão, a identidade e o propósito. Quando a juventude é ensinada a odiar em nome de uma causa, o amanhã é sequestrado antes mesmo de nascer.
As raízes do ódio não brotam da diferença, mas da manipulação premeditada dela. Cabe ao povo brasileiro, com sua sabedoria e espírito fraterno, discernir entre a promessa e o engodo antes que o país se torne refém de sua própria cegueira ideológica, escravo dos mesmos que dizem libertá-lo.










