As redes sociais e o WhatsApp trouxeram para o mundo virtual centenas de milhares de achólogos e opinólogos em vários assuntos. São pessoas que limitavam seus pretensos conhecimentos de política, segurança e saúde pública, economia e sobre qualquer coisa a um grupo restrito de familiares e amigos e que agora têm o mundo a ouvi-los. O que não falta é internauta travestido com a carapuça de “especialista”. Esse tipo de gente deseja notoriedade e engajamento através de ideias mirabolantes e arrojadas e que, geralmente, são alicerçadas em ações radicais cujo intuito é claramente chamar a atenção.
A tática é apresentar na maior cara de pau solução simplória e esdrúxula para um problema extremamente complexo. Se o tema a ser discutido for a região da Cracolândia, no centro de São Paulo, por exemplo, o posicionamento pode ser assim:
“Esses vagabundos que não gostam de trabalhar e só servem para encher o saco têm que levar bala. É só matar metade dos viciados que o restante para de usar droga de medo”
Se o debate for em torno das facções criminosas, o achismo vai na seguinte afirmação:
“Isso é muito fácil resolver. É só colocar veneno na caixa de água dos presídios e exterminamos com os líderes das organizações criminosas”
Não podemos esquecer daqueles que estão atrás de votos para a próxima eleição. Esses agem como verdadeiros salvadores da pátria; são destemidos, valentes, se posicionam como heróis sem capa, gritam, berram, xingam e alguns exibem armas de fogo, se portando como “justiceiros” e que vão precisar do seu voto para poder cumprir todas as falsas promessas.
Mas quem acaba caindo nesse engodo?
Principalmente aqueles desesperançosos, que já foram vitimados pela violência urbana, que tem sede de justiça a qualquer custo e também os que precisam fazer parte de um grupo que lute por alguma causa ou contra alguém para, assim, preencher o vazio interior, amenizar a carência afetiva e outros problemas psicológicos.
Caro leitor, uma coisa é certa, tratar assuntos importantes para a sociedade com a superficialidade de uma folha de papel de seda, é o mesmo que querer mascarar a realidade, tentando tapar o sol com uma peneira.