O que eu chamo de geração líquida? Crianças sem estrutura, sem base, sem alicerce para encarar os desafios que vão fazer parte da vida adulta, e não são poucos.
Fazendo uma analogia: Qual é a parte fundamental de uma construção? O alicerce, certo? Este, sendo mal construído, futuramente vai rachar, quebrar e ruir. O mesmo acontece com um adulto que não teve sua base bem construída.
É na primeira infância que essa base começa a ser construída, mas o que infelizmente vemos com muita frequência são pais superprotegendo seus filhos com o objetivo de protegê-los. Superproteção desprotege!
A criança precisa desenvolver suas habilidades de acordo com sua idade. Não faça por seu filho, faça com ele. Tudo que ele já consegue fazer sozinho, deixe que faça, e tenha paciência com a habilidade que a criança ainda está aprendendo. O ato de amarrar o tênis pode ser demorado nas primeiras vezes, mas o aprendizado fica e reforça a autoestima.
Permita que ele se frustre e não compense com coisas materiais; assim, vai aprender a lidar com a frustração tão presente na vida adulta.
Outro ponto importante é proporcionar o ócio. Deixe a criança sem ter o que fazer. Depois de achar que é chato, ela vai descobrir que pode criar coisas incríveis nesses momentos. Reforce positivamente suas conquistas com elogios verdadeiros.
Ensine sobre as emoções, principalmente sobre as negativas, que também têm seu lado positivo. A raiva negativa descontrola; auxilie na autorregulação. Já a raiva positiva auxilia no foco e determinação. O medo, crença que é seu lado negativo, paralisa; necessário ressignificá-lo. O medo positivo é o que protege a vida; só este deve permanecer. E a tristeza negativa não elaborada pode levar à depressão. O lado positivo dela é que nos faz parar para pensar e refletir em busca de uma solução.
Educar e preparar para a vida adulta é uma tarefa árdua e, por vezes, cansativa, mas tenha certeza de que construir um alicerce forte será bem melhor do que reformá-lo.