Henrique Chagas, jovem com menos de 30 anos teve uma morte estúpida quando buscava satisfazer sua vaidade de ter um rosto liso, sem manchas ou sinais marcadores da passagem do tempo. Ele buscou de forma precoce os recursos técnicos da dermatologia estética e não foi o que encontro ao final. Entusiasmado, escolheu uma clínica conhecida na internet para a realização de peeling à base de fenol. Morreu numa maca, no consultório, deixando seu marido, Marcelo Camargo, viúvo e choroso.
O outro lado tão fúnebre quanto esse falecimento se observa na proliferação de estabelecimentos para realizar procedimentos de valorização e harmonização estética. Em que pese a existência, tanto de legislação normativa como de entidades de classe fiscalizarem a aplicação ética e técnica dessas atividades há um longo caminho a ser percorrido. Em vista disso, pode-se afirmar, sem qualquer dúvida, que esse rumoroso caso não será o único – outros ocorrerão em qualquer canto do país. Quem realizou o procedimento malsucedido em Henrique foi Natália Becker, conhecida como influenciadora digital no segmento de beleza e procedimentos voltados à valorização do belo. Ela realizava atendimentos e tratamentos dermatológicos em seu consultório.
No caso de Henrique, Natália realizou procedimento de peeling à base de fenol, cujo custo para os clientes chegava à casa dos R$ 5 mil. Natália detectou ser esse um bom nicho negócio devido à demanda provocada pelo fator mais sensível do gênero humano: a vaidade. Soube usar bem a internet para se promover. E o mais incrível: foi, também, pela internet que realizou curso on-line, de cerca de 30 dias de aulas virtuais sobre tratamento da pele, para entrar no mercado de trabalho. Associada ao marido, ligado ao segmento farmacêutico montou um negócio que prometia lucro, sem levar em conta os riscos aos pacientes, por ignorância ou não.
O consultório de Natália tinha boa fachada visual, mas sem equipamentos básicos de atendimento emergenciais. O jovem Henrique, como mostrado pelas emissoras de televisão, desde o início do procedimento começou a passar mal. Aguentou até o final da aplicação do produto e com o rosto todo lanhado, ao lado de Camargo, demonstrou claramente sua péssima condição de saúde. Chamada, Natália e uma sua assistente não sabiam como sair daquela situação.
Não havia nenhum equipamento de estabilização vital para socorrer Henrique. Natália afirma que foi fatalidade, as entidades da classe médica e profissionais habilitados do mesmo ramo dizem que não foi fatalidade. A solução foi recorrer ao Samu, que ao chegar no local já não havia mais nada a ser feito, a não atestar o óbito do jovem. O seria motivo de satisfação e vaidade pessoal se transformaram em caso de polícia.