Após a última crônica onde abordei curiosidades sobre minha passagem pela Editora Abril, vários colegas da época – os que se recusam a subir para o andar de cima – lembraram de várias histórias do folclórico Bitetto.
Algumas aconteceram comigo. Vou contá-las:
Havia na Lapa um restaurante italiano chamado Terrazza Romana. Frequentado por muitos funcionários da Abril pela qualidade e proximidade.
Os donos eram Mário e Savério, dois irmãos italianos, claro, que faziam uma comidinha bem maneira com o sotaque daquele bellissimo paese.
Bitetto era o italiano dramático, eloquente, e exigente!
Numa determinada ocasião chama o Mário e diz:
– Quero um frango passarinho, mas só com sobrecoxas!
Rebate o Mário:
– Sei pazzo? Um frango só tem duas sobrecoxas. Vou ter que matar uma dúzia…
– E io pago, cazzo!
Numa outra ocasião, no balcão de um belíssimo bar nos Jardins:
– Qual cachaça você tem?
– Neste estabelecimento não servimos cachaça, responde o arrogante balconista.
Retruca Bitetto:
– Então me faça uma caipirinha de pinga!
– Pois não, Doutor.
Nem preciso dizer a tremenda bronca que o Bitetto deu no balconista.
E para terminar com o italiano, vou lembrar uma particularidade muito engraçada desse boa vida.
Vez por outra dava carona para o Bitetto. Morava com a família pelos lados da Rua da Glória. Antes de levá-lo para casa tinha a parada obrigatória num boteco bem próximo onde pedia:
– Quero a pior cachaça que você tem no bar!
Antes de engolir a “mardita”, jogava várias gotas na própria roupa. Diante do meu espanto, disse:
– É que saí com outra mulher e para disfarçar qualquer vestígio do perfume, me encho de cachaça. Assim a Dilú – que era sua esposa – briga comigo por causa da cachaça, que é bem melhor…
Já pensaram se ela descobre?
FRASE DE BOTECO
“Uma mulher me levou a beber – e eu nem ao menos lhe agradeci por isto”.
W.C. Fields









