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Desperdiçar água é suicídio – por José Renato Nalini

A escassez hídrica é uma realidade que aterroriza os mais sensíveis, enquanto os insensíveis não saem da inércia.

Cada ano recente é mais quente e com menos chuva do que o anterior. As ondas de calor matam mais do que as ondas de frio. E São Paulo já teve uma crise muito séria, há dez anos. Tudo continua a deteriorar. Sem que se sentisse uma reação coletiva para coibir o mau uso, o desperdício, o esbanjamento de água, como se ela fora um bem infinito.

Embora se anuncie uma cruzada contra o desperdício, com utilização de satélites e IA, no varejo ele continua a existir. Por exemplo, a lavagem de calçadas e de espaços internos dos edifícios que inundam nossa cidade, com utilização de “vassouras hidráulicas”, que são as mangueiras abertas, com uso inadequado e perverso do precioso líquido.

Dentro de nossas residências, há muito a ser feito. Lembrar que água é alguma coisa que não nos pode faltar. Pode-se viver sem petróleo, mas não sem água. Isso deveria nos levar a usar com parcimônia aquilo que pode vir a faltar. Não é remota a possibilidade de São Paulo ficar sem água para beber, daí o aparente excesso do título: desperdiçar água equivale a suicídio.

O Instituto “Trata Brasil” constatou que o desperdício de água no Brasil salvou de 37,8% para 40,3% em 2023. Não é apenas cuidar de obter financiamento para a proteção ambiental, há de se aprimorar a gestão e operação dos serviços como o de abastecimento de água. Mas a responsabilidade cidadã não é menor e não pode ser dispensada.

É preciso começar em casa: levar a água a sério. Até porque, mais de trinta e cinco milhões de brasileiros ainda não têm acesso a água tratada.

*José Renato Nalini é Secretário Executivo de Mudanças Climáticas de São Paulo.

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