Cerca de 150 milhões de americanos, quase a metade da população dos E.U.A. vão enfrentar, nesse verão de lá, um calor insuportável.
O governo americano e governos locais, como a Cidade de Nova York, estão alertando suas populações sobre o fenômeno climático e tomando medidas emergenciais para proteger as pessoas dos efeitos das altas temperaturas.
Nova York, por exemplo, está criando milhares de áreas de refrigeração para acolher e acudir as vítimas do calor.
Há 2 anos, a onda de calor na Europa matou cerca de 60 mil pessoas, na maioria idosos, dentro de suas casas. E agora, o calor europeu começou com temperaturas altíssimas.
Aqui no Brasil, no verão passado nos trouxe altas temperaturas inéditas que atingiram 35°C, 38°C, 40°C, 43°C, e sensação térmica de mais de 50°C, como aconteceu algumas vezes no Rio de Janeiro.
Podemos dizer que isso já se aproxima da incompatibilidade com a vida.
Na Cidade de São Paulo, em outubro passado eu estava Secretário Municipal de Mudanças Climáticas e diante das previsões das temperaturas de verão, nós discutimos com o Prefeito Ricardo Nunes, que implantou imediatamente a Operação Altas Temperaturas, que foi e tem sido muito importante para proteger a população.
Toda vez que a temperatura passa de 32ºC, são acionadas várias medidas que compõem a Operação.
Os climatologistas nos informam que o ano de 2023/24, bateu todos os recordes de calor da série histórica.
E, pelo andar da carruagem, parece que o futuro nos reserva sempre temperaturas mais altas.
Portanto, além das chuvas e das estiagens violentas, o calor extremo veio para ficar.
Cada vez mais o mar, o ar e a terra ficarão mais quentes.
Isso impacta diretamente em nossa vida, e na vida do Planeta.
Várias manifestações de doenças estão acontecendo no mundo, seja na liberação e circulação de viroses, como a COVID, seja nas manifestações cardiovasculares e neurológicos advindos do calor extremo, entre outras enfermidades.
Isso tem matado pessoas. E vai continuar matando.
A área de Saúde precisa estar alerta para isso, assim como os governos e a sociedade em geral.
É claro que nossa batalha é atacar as causas do aquecimento global para frear esse fenômeno, o quem tem sido feito de forma lenta e insuficiente.
Mas ao lado disso, precisamos agir na emergência, preparando as cidades e o país para combater os efeitos do calor extremo sobre a vida humana.
Isso é tarefa urgente!
Gilberto Natalini
Médico e Ambientalista.