“A adolescência é uma época de experimentação natural que leva ao aparecimento de vários comportamentos de risco e entre eles, o uso de tabaco, álcool e outras substâncias psicoativas entre os mais difundidos como consumo experimental e recreativo – segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria”.
Novidade no mercado, com formato de pen drive ou caneta e o famoso cachimbo de vidro colorido, que atrai o de uso entre as crianças e adolescentes, o cigarro eletrônico e o narguilé adquiriram ao longo dos últimos anos muitos adeptos de uso por vários países.
Impulsionados por propagandas nas mídias sociais, presentenas festinhas de jovens e adolescentes pelafacilidade de sua compra,apesar de proibida a comercialização, são facilmente obtidos desde asbancas de jornais nas ruas até em lojas especializadas físicas e online.
Mas, quais as diferenças entre o cigarro eletrônico e o Narguilé? Como funcionam? Quais os riscos para a saúde?
Com origem árabe, o narguilé é um cachimbo de água com mecanismo de filtragemque utiliza essências dearoma agradável. Por utilizar a água filtrada é difundido entre a população que o utiliza como sendo algo menos prejudicial à saúde, mas, na verdade, seu uso causa mais danos do que oconsumo de cigarroconvencional porque além das 4700 substâncias toxicas existentes no cigarro convencional, estudos demonstram que a fumaça do narguilé possui quantidades maiores de váriassubstâncias nocivas, como por exemplo nicotina, monóxido de carbono e metais pesados.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma única sessão de uso de narguilé que duraem média de 20 a 80 minutos, equivale à exposição a todos os componentes tóxicos presentes na fumaça de 100 cigarros.Portanto, são muito perigosos para a saúde, podendo causar pneumonias e acúmulo de líquido nos pulmões (derrames pleurais).
Já, os cigarros eletrônicos também conhecidos por cigarro vape, e-cigarro, e-cig ou e-cigarettevaporizam um líquidochamado e-líquido, e-suco ou e-juice, composto por mais de 7000 tipos de aromas, nicotina, glicerol e metais pesados.
Esse líquidoé aquecido pelo atomizador, que forma o vapor a ser inalado. Aquecido ao máximo e aspirado profundamente, essas substânciaspresentes na fumaça tornam este tipo de cigarro cerca de 5 a 15 vezes mais cancerígenos que os cigarros comuns pois o conjunto dessas substâncias podem produzir formaldeído, que é muito perigoso para a saúde. Existem estudos que associam o uso de cigarro eletrônico com aumento na prevalência de asma e bronquite entre os adolescentes.
Cada cartucho com o líquido pode gerar de 10 a 250 jatos que equivale a 5 até 30 cigarros. Os e-cigarros de 3 ª geração são capazes de liberar doses maiores de nicotina, aumentando o risco da dependência. Os produtos de cigarro eletrônico comercializados para crianças são pequenos e, muitas vezes, disfarçados como uma caneta ou USB – alerta a Sociedade Brasileira de Pediatria.
No Brasil e em outros países como Canadá, Argentina e Colômbia, é proibida a comercialização dos cigarros eletrônicos pelos potenciais malefíciosà saúde, desde 2009.
Por isso, pais e cuidadores de crianças e jovens devem estar sempre atentos, devem procurar conheceras novas substâncias e dispositivos que surgem no mercado e saber identifica-los caso presentes na mochila e nos pertences de seus filhos.
Se isso ocorrer, a melhor forma de abordagem é através da construção de um dialogo aberto, franco, sem julgamentos e com muito acolhimento, envolvendo também o profissional pediatra para este suporte técnico e psicológico.
Conscientização, conhecimento e conversa são o tripe de construção de relacionamentos saudáveis e de boas escolhas de estilo de vida destas crianças, jovens e adolescentes.