A recente aprovação da ablação no Sistema Único de Saúde (SUS) representa um avanço significativo no tratamento do câncer no Brasil. Como médico e presidente da Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista (Sobrice), destaco a importância dessa inovação, enfatizando os benefícios que a ablação trará para os pacientes com câncer hepático decorrente de tumor colorretal e carcinoma hepatocelular.
A ablação, um procedimento minimamente invasivo, já é utilizada na medicina para tratar cânceres de fígado. Esta técnica envolve a inserção de uma agulha diretamente no tumor, guiada por equipamentos de imagem, como ultrassom ou tomografia, para destruir as células cancerígenas através de calor gerado por radiofrequência ou micro-ondas. Comparada aos métodos tradicionais, a ablação apresenta uma série de vantagens: é menos invasiva, reduz o tempo de recuperação e minimiza danos aos tecidos saudáveis, permitindo que muitos pacientes retornem para casa no mesmo dia.
A inclusão da ablação no SUS democratiza o acesso a essa tecnologia, beneficiando principalmente aqueles que não podem arcar com os custos de tratamentos mais avançados. Destaco que além de preservar o órgão afetado, a ablação oferece uma alternativa eficaz e segura, aumentando a qualidade de vida dos pacientes. Este é um passo crucial para a medicina brasileira, que busca constantemente melhorar e ampliar o acesso a tratamentos inovadores.
A ablação não apenas aumenta as opções de tratamento, mas também reduz a necessidade de cirurgias invasivas, oferecendo uma solução menos dolorosa e com menor risco de complicações.
A Sobrice, ao liderar a sensibilização técnica e a incorporação dessa tecnologia no SUS, cumpre sua missão de promover a acessibilidade a procedimentos médicos de ponta. A iniciativa também inclui a compatibilização do probe de ablação para tratar o carcinoma hepatocelular e a inclusão da terapia ablativa para metástases hepáticas de tumor colorretal na rede pública.
Ressalto que a técnica pode, eventualmente, ser expandida para tratar outros tipos de cânceres, aumentando ainda mais sua relevância. A inclusão da ablação no SUS é um marco na medicina brasileira, proporcionando uma abordagem mais humana e eficaz para o tratamento do câncer. A partir de setembro, quando o método deve estar disponível, espera-se uma mudança positiva na trajetória de muitos pacientes.
Com o objetivo de compartilhar conhecimento científico entre especialistas e divulgar procedimentos intervencionistas minimamente invasivos, como a ablação, que, na maioria das vezes, asseguram qualidade de vida, a Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista (Sobrice) realiza o 1º Sobrice Onco – Simpósio de Radiologia Intervencionista em Oncologia. O evento reunirá palestrantes nacionais e internacionais nos dias 4 e 5 de julho, no Hotel Prodigy Santos Dumont no Rio de Janeiro.
Dr. Denis Szejnfeld
Presidente da Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista (Sobrice)
Professor doutor e chefe da Unifesp