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Consciência cidadã e lideranças legítimas – por José Guimarães Monforte

Como a clareza e compromisso com valores precede o surgimento de líderes íntegros.

Da ação cotidiana nasce a construção de uma massa crítica de cidadãos que sustentam a legitimidade política e a verdadeira liderança. Inspirado nas reflexões de Eugenio Bucci, sobre o vazio de representatividade, este artigo defende que nenhum país supera a polarização sem antes cultivar uma massa crítica de cidadãos conscientes, capazes de exigir e sustentar lideranças, cujo propósito seja servir – não explorar – a nação.

Há tempos o Brasil clama por um líder. Mas clama de forma equivocada: espera por alguém que “venha para resolver”.

Essa espera é perigosa. Transforma política em idolatria, confunde liderança com salvacionismo e abre espaço para o populismo, culto à personalidade e ao oportunismo.

A liderança que pode servir ao Brasil não será construída por marqueteiros, nem por algoritmos. Ela não brotará das máquinas partidárias como estão hoje e não virá por imposição de elites ou interesses estrangeiros.

Ela surgirá de outra fonte: da cultura cívica que começarmos a reconstruir.

*O perfil da liderança legítima

O perfil da liderança que precisamos não se define por ideologia. Ela se define por caráter, visão e serviço.

É integra – não há contradição entre o que diz e o que faz.

É portadora de uma visão país – e não de uma ambição de poder.

É servidora – coloca o bem público acima do ganho pessoal.

É hábil – sabe negociar, escutar, transformar ideias em políticas.

É determinada – avança com coragem mesmo em ambientes hostis.

E é consciente – entende que liderar é missão, não um privilégio.

*O amadurecimento da cidadania

A liderança legítima ainda não apareceu porque ainda não amadurecemos o suficiente como sociedade, para desejá-la.

O espaço político ainda é dominado por gritos, por medos e por manipulações emocionais.

A lógica da polarização ainda premia quem divide, não quem une.

Mas isso está mudando. Há cada vez mais brasileiros que: – Rejeitam o radicalismo; – Cobram responsabilidade; -Valorizam mais a verdade que o discurso; – Querem projeto de país, não espetáculo.

*Para além do salvacionismo

O Brasil não precisa de um novo salvador.

Precisa de alguém que represente de forma clara e firme, o melhor que queremos ser como povo.

Lideranças legítimas amadurecem muito antes do voto e encontram, no momento da escolha política, a oportunidade de se confirmar a serviço da sociedade.

Nascem de um processo contínuo em quem a cidadania se reconhece como força de transformação. Elas florescem quando a cidadania cultiva caráter, promove aprendizado, exige prestação de contas e assume o compromisso de olhar para o longo prazo.

É nesse terreno que integridade, visão de país e espírito de serviço deixam de ser slogans e se convertem em destino coletivo.

*Chamado ao cidadão

Cabe a cada cidadão, por suas escolhas cotidianas e eleitorais, garantir que esse ambiente se traduza em lideranças coerentes com os valores e visão de país que a própria sociedade expressa e demanda.

Essa é a base de onde a nova liderança surgirá.

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