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CONVERSA RESERVADA SOBRE SIGILO. Por Percival Puggina

 Escrevo baixinho, quase sussurrando as letras no papel, com todo cuidado para que nada escape pelas margens. Preciso falar muito reservadamente sobre o sigilo que, ele sim, ostensivo e ruidoso, bateu portas e cerrou janelas em nossa vida republicana.

Eu tinha uma ideia diferente sobre como deveria ser a vida numa democracia representativa, de modo especial num período privilegiado em que os meios de comunicação e informação estão na palma da mão dos cidadãos.

A alegada e justa preocupação com o direito dos eleitores à livre opção política e eleitoral tem levado a um impertinente e antinatural controle das opiniões que, por todas as razões, parece descrer das capacidades do eleitor e ser alérgica à liberdade de expressão.

Por exemplo. Foram inseridos no TSE, sem aprovação legal, mecanismos estranhos ao Poder Judiciário e à Justiça Eleitoral. Um deles investiga o que está sendo dito nas redes sociais e o outro delibera sobre o que pode e o que não pode nelas ser publicado. Tudo muito estranho numa época em que, loquazes, ministros do STF replicam com desenvoltura, o vocabulário empregado pelo governo para atacar a oposição.

Ao mesmo tempo em que convivemos com a censura por aleatórios discursos de ódio, desordem informacional, desinformação, desestabilização das instituições e sei lá mais quê, convivemos com sigilos impostos sobre tudo que possa gerar desconforto à oligarquia: agendas, pautas de reuniões entre personalidades dos pode+

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