O universo jurídico está em constante evolução, impulsionado pela revolução digital e pela crescente complexidade das operações legais. Neste contexto dinâmico, a transição da tradicional Controladoria Jurídica para a inovadora área de Legal Operations emerge como uma estratégia essencial para os escritórios de advocacia se adaptarem às exigências contemporâneas.
O termo “Legal Ops” tem ganhado destaque crescente, sendo reconhecido como um paradigma de trabalho vital para a gestão jurídica. Surgindo então, o seguinte questionamento: os profissionais que atuam na Controladoria não são, de fato, parte do Legal Ops, e vice-versa?
Para definir essas competências, é crucial analisar até que ponto esses profissionais podem gerenciar e influenciar as estruturas organizacionais sob uma ótica empresarial.
Atualmente, observa-se uma tendência predominante no mercado brasileiro de associar o conceito de Controladoria a uma abordagem mais tradicional, enquanto habilidades relacionadas à aplicação de tecnologias, até então, não são plenamente integradas nesta área.
Historicamente, a Controladoria era vista como uma entidade passiva, responsável por diagnósticos e custos. No entanto, com o avanço do Legal Ops, essa concepção evoluiu para uma abordagem mais proativa e estratégica.
O Legal Operations transcende os limites do convencional, incorporando tecnologia, análise de dados, automação e eficiência operacional.
Esta evolução demonstra uma mudança significativa no papel da Controladoria Jurídica, que nesta ocasião, se concentra não apenas na gestão de processos e documentação, mas também na promoção de soluções inovadoras e impulsionadas ao resultado do negócio jurídico.
A área de Legal Operations otimiza processos, reduzindo redundâncias e aumentando a eficiência, permitindo que os escritórios de advocacia entreguem resultados de alta qualidade de forma rápida e econômica, aliadas a integração de tecnologias avançadas, como a inteligência artificial e a automação, capacitando os profissionais do direito a se concentrarem em atividades mais estratégicas.
O contencioso empresarial representa um desafio significativo para as organizações, devido a litígios prolongados, altos custos legais e falta de visibilidade sobre dados jurídicos e o Legal Operations surge como uma resposta a esses desafios, promovendo a eficiência operacional e a conformidade legal.
A implementação bem-sucedida da área de Legal Operations, promove a governança corporativa, a gestão proativa de riscos e a reputação institucional das empresas. Além disso, contribui para uma construção de uma cultura organizacional orientada para a conformidade legal.
Em suma, a transição da Controladoria Jurídica para o Legal Operations não representa apenas uma mudança operacional, mas sim uma adaptação estratégica para enfrentar os desafios modernos. Ao abraçar essa transformação, os profissionais do direito posicionam-se para oferecer serviços mais eficazes e alinhados com as demandas dinâmicas do ambiente jurídico contemporâneo.
Em um cenário empresarial dinâmico e desafiador, o Legal Operations emerge como uma ferramenta estratégica crucial na gestão do contencioso. Seu investimento não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para as empresas que buscam uma gestão jurídica arrojada e eficaz.
*Bruna de Araújo Pinheiro Fornaciari é advogada no Granito, Boneli e Andery Advogados (GBA Advogados Associados).