Entre os elementos que definem a solidez e a identidade de uma nação, as instituições ocupam lugar central. São os órgãos vitais do Estado, estruturam a República e existem para servir ao povo, razão de ser do próprio pacto social.
No entanto, quando essas instituições são convertidas em meros instrumentos de manipulação político-partidária, deixam de servir ao interesse público. Tornam-se aparelhos ideológicos a serviço de governos temporários, abdicando de sua missão original. Perdem a alma, perdem o sentido, reduzem-se à caricaturas do que deveriam ser. Seus quadros se veem reduzidos a vassalos do poder de plantão, coagidos a obedecer, compelidos ao silêncio.
Para garantir essa submissão, maus governantes as mantêm à míngua. Retiram lhes os meios, reduzem orçamentos, desmoralizam carreiras. Seus membros tornam-se pedintes de recursos e dignidade, obrigados a negociar sua autonomia em troca de migalhas. Assim se destrói o espírito institucional. Assim se liquida o
dever de servir à Nação.
Em seu âmago, as instituições são também debilitadas pela nomeação de componentes oportunistas e servis, que substituem a dignidade corporativa pela mesquinha oportunidade de uma vantagem pessoal. Agem de forma intestina, corroendo os alicerces morais da corporação, destruindo a coesão e minando o respeito dos pares. São peças colocadas não para servir, mas para desarticular, semeando o descrédito, a desconfiança e o desânimo.
Mesmo em suas manifestações corporativas mais elevadas, os bravos remanescentes da distinção institucional são sabotados. Suas ações são sistematicamente cerceadas por censuras torpes, por constrangimentos velados, e por enredos oblíquos, urdidos nos bastidores por tratativas de gabinete. A virtude passa a ser alvo, não referência. A excelência incomoda. A integridade ameaça. E por isso, precisa ser silenciada.
Esse processo não é fruto do acaso. É deliberado. É estratégico. Visa a fragilização das estruturas que poderiam frear os abusos do poder. Uma sociedade sem instituições fortes está vulnerável ao autoritarismo, à corrupção e à decadência moral.










