A Premier League, entidade que administra e organiza o campeonato de futebol mais importante do mundo, colocou em votação nas últimas horas a adoção de um teto salarial para os jogadores que defendem os vinte clubes que a integram. Manchester United e Manchester CIty, de início, votaram contra. O Chelsea se absteve. Mas os outros dezessete, que também pertencem a Liga, aprovaram o projeto. Um projeto que, se aprovado definitivamente, passará a ter valor de fato, a partir do verão de 2025. Como três grandes clubes ainda não aprovaram a proposta, já foi programada uma nova reunião para julho deste ano, quando as arestas serão aparadas e o projeto terá nova votação. Se o resultado dela for de vinte votos à favor (já está sendo feito um trabalho para que isso ocorra), o projeto já poderá ser colocado em prática em Julho de 2025. Caso contrário, o campeonato continuará sendo disputado seguindo o roteiro atual. Na reunião do próximo mês de julho, haverá nova votação. Se o resultado dela for pela mudança e pela adoção do teto salarial, o campeonato inglês da primeira divisão terá um equilíbrio bem maior e passará a dar aos clubes que hoje tem menor poder aquisitivo, a chance de talvez disputar o título inglês de futebol ou mesmo de se classificar para uma das badaladas Copas organizadas pela UEFA. Seria fantástico, mas, para que isso aconteça, será preciso convencer United, City e Chelsea a votar favoravelmente ao projeto que estará na mesa de discussão em julho deste ano para ser votado. Vamos ver no que vai dar.
Depois de conhecer todo esse movimento dos clubes ingleses por uma maior igualdade de condições (financeira e técnica) para os vinte clubes que disputam seu campeonato, fico pensando: por que aqui no Brasil não se faz o mesmo com a participação dos vinte clubes que disputam a Série A do Brasileirão? Já pensaram no sucesso que seria? Imaginem promover uma competição em que boa parte dos vinte clubes participantes teria chance de brigar pelo título nacional de cada ano? No futebol brasileiro isso pode parecer um sonho, mas se alguém tiver a iniciativa de reunir os grandes e médios clubes da série A e discutir e aprovar essa proposta, o futebol do Brasil certamente daria um salto de qualidade e se transformaria num dos mais competitivos e financeiramente bem sucedidos de todo o mundo. Mas aí vem a pergunta: quem encabeçaria esse movimento e criaria um projeto deste tamanho no futebol do Brasil? A Confederação Brasileira de Futebol seria a escolha certa, mas como seu presidente, Ednaldo Rodrigues, pode ser afastado do cargo pela Justiça brasileira, ela não teria essa possibilidade. Há também os presidentes dos grandes clubes, mas será que eles aceitariam? Tenho muitas dúvidas a respeito. É que o dirigente de clube no Brasil pensa primeiro nos seus interesses e depois nos interesses de seu clube. Ele ignora parceiros e concorrentes. Diante disso, poderia ser indicado uma personalidade brasileira (político ou não) ligada ao futebol para comandar esse processo. Isso seria possível? Não sei. Mas não custa tentar. Aliás, acho importante tentar. Mesmo porque essa seria a única saída para o futebol do Brasil voltar a ser classe A. Ou vocês não concordam com essa proposta e acham estou defendendo uma tese furada??