Num povoado distante dos grandes centros, havia uma escola. Era frequentada por três cãezinhos e três rãs. Eram bons amigos e, com muita pontualidade, iam sempre juntos estudar. Às vezes, começavam a discutir antes de chegar à escola. Se o dia amanhecesse chuvoso, as rãs ficavam contentes. Em compensação, os cachorrinhos torciam o focinho.
“Oba! Vamos mergulhar nas pocinhas de água que a chuva faz pelos caminhos! Que frescura e que bem-estar eu sinto”, dizia uma das rãs. “Para mim é um dia perdido. A chuva me deixa mal humorado”, retrucava um dos cachorrinhos.
Quando o dia amanhecia ensolarado, acontecia justamente o contrário; os cãezinhos ficavam felizes e as rãzinhas sentiam-se tristes, pois já previam o calor e a secura da pele.
Mas seria possível encontrar os cãezinhos e as pequenas rãs contentes ao mesmo tempo?
Sim, nos dias que amanheciam cinzentos e nebulosos, mas sem chuva, o que acontecia raramente na região onde moravam. Seria bem melhor se aceitassem a vida como ela é. Assim nunca se sentiriam infelizes.
Amigo leitor, tome cuidado ao definir o que é bom ou ruim na sua vida.
Essa atitude gera limitação em seu cotidiano.
Dicotomia é quando dividimos algo em duas partes, assim como o bem e o mal, o amor e o ódio, o certo e o errado e assim por diante. Cuidado para não gerar em sua mente a divisão, a cisão, a repartição, o bifurcamento, pois isso pode ser extremamente limitante e gerar frustração desnecessária.
JORGE LORDELLO