A inauguração do canal de notícias do SBT, que entrou nesta segunda-feira no ar é uma busca de mais espaço no telejornalismo, que Silvio Santos, quando vivo, sempre considerou um segmento de pouco interesse. SS, mestre da comunicação popular, sempre buscou aproximação com as massas por meio de programas populares de auditório.
Aliás, esse formato continua sendo copiado até pela concorrência – veja o caso da Rede Globo, aos domingos, com o programa de Luciano Huck. Claro que com mais sofisticação, mas com as mesmas palmas, gritarias, gags e com distribuição de prêmios – às vezes remete até à voz de SS no ‘…Quem quer Dinheiro!!’ . Mesmo antes de falecer em 2014, SS deixou por escrito como desejava manter seu legado à família, especialmente às três filhas, cuja missão era manter o SBT vivo no seu nicho. A atualmente, no entanto, decidiu-se partir para o telejornalismo. Montou uma equipe e deu um nome nada criativo – neste caso o SBT News, lembra outros como Globo News; Jovem Pan; CNN…
Ainda é muito cedo para se fazer um diagnóstico adequado sobre o programa, até porque a Lei de Murphy profetisa que o que tem que dar errado dará mesmo – as fisionomias, as vozes e a produção nesse dia de inauguração ao vivo, revelou nervos à flor da pele. Só se poderá avaliar a qualidade do SBT News dentro de mais algumas semanas e ajustes dos erros grassos iniciais. Mas o que se pode afirmar é que não se espera que mais esse canal de notícia poderá acrescentar algo novo. As notícias sempre são as mais assustadoras, com assassinatos, roubos, prisões de políticos, corrupção. e etc. O povo está esgotado de tanto desencanto.
Com toda a vênia, há uma grande bobagem em tudo isso. O disque-disque de artistas, populares, diga-se, resolveram armar contra o SBT. Só porque políticos ( e outros expoentes do poder e da economia), dentre eles o presidente Lula, estiveram presentes à solenidade de apresentação do SBT News, esses artistas resolveram protestar e desautorizar a apresentação da mensagem de fim de ano já gravada pela SBT. O líder desse movimento é do cantor popular e sertanejo Zezé di Camargo e outros. A alegação é a de que o evento de apresentação serviu de “trampolim” para levantar a bola de políticos, especialmente de Lula. Coisa feia essa! Não se convidou o Lula como pessoa física, mas a representação máxima da República. Se fosse qualquer outro nome que não o de Lula, também seria convidado, assim como as demais representantes presentes ao ato – é assim que manda o protocolo. E partindo de quem partiu o protesto, a situação torna-se até engraçada e pitoresca – muitos shows Brasil afora são patrocinados por entidades públicas sem qualquer.
A direção do SBT garantiu em nota oficial assinada pela sua direção se posicionando a respeito. Se quer citou o nome de Zezé di Camargo. Foi uma nota pensada. De fato, se se confirmar a não apresentação do institucional de fim de ano como planejado com esses sertanejos, outra peça natalina vai fechar o ano do SBT. O índice de audiência cativa (qualificada ou não) da emissora será o mesmo.









