A certeza de que o aquecimento global é causado pelos gases do efeito estufa é científica e incontestável. O negacionismo é doença para a qual ainda não há vacina. Para os lúcidos e sensíveis, há uma série de oportunidades abertas, para que a cidade seja melhor a cada dia.
Se o vilão-mor do envenenamento da atmosfera é o trânsito, ele afeta a todos nós. Somos vítimas, mas somos cúmplices. O que dizer de uma frota de mais de sete milhões percorrendo ininterruptamente a maior cidade do Brasil?
A boa notícia é que o Prefeito Ricardo Nunes já colocou a serviço da população 1009 ônibus elétricos. Eles são silenciosos, não emitem qualquer veneno, já são os preferidos do paulistano. Mas há coisas que todos podem fazer. Usar mais o transporte coletivo. Ficar um dia sem carro. Usar bicicleta – a Prefeitura multiplicou as ciclovias – convencer o usuário de carros leves a abastecer com etanol, que é produto nosso e não é venenoso na escala da gasolina e do diesel.
Também é preciso atuar, agora no âmbito público, para reduzir o número de veículos antigos. Há caminhões em São Paulo com mais de 40 anos de uso! Eles emitem não só os gases do efeito-estufa, mas a fuligem que é o carbono negro, muito mais nocivo do que o CO2 da maioria da frota.
Investir no biometano, para que, ao lado da eletricidade, seja uma alternativa para substituir a frota que envenena, por outra que apenas atenda às necessidades da mobilidade e não apresse a morte de quem vive em São Paulo. Em recente Seminário na CETESB, já se demonstrou que estamos melhor do que estávamos nas décadas de 80/90. Mas podemos ainda ser melhores! E isso depende de cada um de nós!
*José Renato Nalini é Secretário-Executivo de Mudanças Climáticas de São Paulo.










