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O terrorismo social – por Foch Simão

A sociedade brasileira contemporânea vivencia um processo acelerado de desagregação dos seus fundamentos tradicionais. O colapso das estruturas de autoridade familiar e religiosa, outrora pilares da coesão social, somado à difusão da ideologia globalista, produziu transformações culturais profundas, sobretudo entre as novas gerações. O resultado é uma juventude orientada por valores hedonistas, voltada ao consumo e ao prazer imediato, em detrimento de princípios éticos, espirituais e comunitários.

Nesse contexto, o status social deixa de representar consequência de mérito ou função estrutural e passa a atuar como mero instrumento de legitimação de condutas desagregadoras. A sociedade não é mais percebida como um sistema de cooperação e hierarquia, mas como um espaço a ser explorado, utilizado e exaurido em benefício de ambições individuais. O ethos coletivo cede lugar a uma lógica egocêntrica e utilitarista, desprovida de qualquer dimensão transcendental ou filosófica.

Tal fenômeno é agravado pela ineficiência e pela corrupção das instituições públicas, que, ao negligenciarem suas funções essenciais, contribuem para o avanço de práticas marginais. A omissão do Estado e a complacência social diante da degradação moral tornam-se fatores que reforçam o ciclo de criminalidade e desordem. A violência urbana, a desagregação familiar e o descrédito nas instituições democráticas não são eventos isolados, mas sintomas de um mesmo processo de corrosão cultural.

Os grupos delinquentes disseminados pelo país, longe de serem vítimas das desigualdades estruturais, constituem, na verdade, o produto direto de décadas de degeneração política e de um ambiente cultural impregnado por ideologias relativistas e antitradicionais. A difusão massiva de valores desmoralizantes e
socialmente sectários ditados por lideranças jacobinas, através dos meios de comunicação e das instituições de ensino consolidou uma mentalidade de ruptura e ressentimento social.

O chamado “globalismo”, compreendido aqui como a doutrina que visa à dissolução das soberanias nacionais e à substituição dos valores espirituais por um universalismo econômico, cumpre papel central nesse processo. Sua lógica destrutiva atua na desarticulação dos vínculos morais e religiosos, fomentando um tipo de capitalismo parasitário, desvinculado da ética do trabalho e orientado pela especulação e pelo lucro imediato. Tal sistema se fortalece sobre os escombros da ordem tradicional, nutrindo-se da fragilidade das identidades culturais e da
desagregação moral dos povos.

Nesse cenário, emergem organizações e grupos que, ao promoverem o crime, o vício e a intimidação social, instauram um verdadeiro terrorismo social. Não se trata apenas de delinquência comum, mas de uma forma organizada de subversão da ordem, cujo objetivo último é corroer as bases do Estado e destruir o poder
constituído por dentro. É também relevante considerar a própria gênese das organizações narco-criminosas, que emergiram a partir do contato, nos estabelecimentos prisionais, entre delinquentes comuns e militantes de grupos guerrilheiros esquerdistas detidos durante períodos de instabilidade política, nas décadas de sessenta e setenta. A essa origem híbrida somam-se os contatos recorrentes com organizações terroristas de nações fronteiriças, o que contribuiu para a formação de estruturas criminosas altamente articuladas, com motivações
tanto econômicas quanto ideológicas.

Em síntese, o terrorismo social configura-se como uma das expressões mais agudas do colapso civilizacional moderno, é o resultado da fusão entre a decadência moral, a corrupção institucional e a hegemonia de um globalismo desumanizante e predatório que converte a sociedade em mero campo de consumo e dominação. Portanto, é o inalienável dever de um governo responsável coibir energicamente, por todos os meios legais, as instituições nefastas desse quilate, enquadrando-as como terroristas.

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