A saúde mental dos jovens em São Paulo e no Brasil tem sido motivo de crescente preocupação. Um levantamento recente do jornal Estadão revelou um aumento alarmante de 139% nas internações de jovens entre 13 e 29 anos por estresse e ansiedade nos últimos dez anos. Esse fenômeno reflete uma tendência observada em diversas regiões do Ocidente, onde o bem-estar psicológico dos jovens tem se deteriorado significativamente.
O Paradigma da Felicidade Jovem e as Mudanças Recentes
Tradicionalmente, acreditava-se que os índices de felicidade eram mais altos entre os jovens, declinavam na idade adulta e se recuperavam na velhice. Contudo, o Relatório da Felicidade Mundial de 2020 revelou uma mudança preocupante: desde 2010, a percepção de felicidade entre os jovens caiu drasticamente, atingindo níveis inferiores aos dos idosos. Essa inversão de tendência sugere que os jovens estão enfrentando desafios inéditos que afetam profundamente seu bem-estar.
Fatores Contribuintes para o Aumento de Ansiedade e Estresse
Vários fatores têm contribuído para o aumento dos transtornos de ansiedade e estresse entre os jovens no Brasil:
Pandemia de Covid-19: A pandemia exacerbou problemas de saúde mental globalmente, com o isolamento social, o medo da infecção e a perda de entes queridos sendo gatilhos significativos para o estresse e a ansiedade.
Violência e Insegurança: O Brasil, e particularmente a cidade de São Paulo, sofre com altos índices de violência, que geram um estado constante de alerta e preocupação entre os jovens. A sensação de insegurança ao sair de casa, seja por medo de assaltos ou outras ameaças, tem um impacto psicológico profundo.
Desemprego e Instabilidade Econômica: A falta de perspectivas econômicas e a instabilidade financeira também contribuem para o aumento da ansiedade. Jovens que enfrentam dificuldades para ingressar no mercado de trabalho ou que lidam com a incerteza econômica sentem-se pressionados e desamparados.
Pressões Acadêmicas e Sociais: Além dos desafios econômicos, a pressão para ter sucesso acadêmico e social também pesa sobre os ombros dos jovens. As expectativas de desempenho e a comparação constante, exacerbada pelas redes sociais, intensificam sentimentos de inadequação e ansiedade.
A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) em São Paulo
Para enfrentar esses desafios, o município de São Paulo conta com a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), uma estrutura essencial para o cuidado da saúde mental. A RAPS está organizada para atender diversas situações, desde casos mais leves até os mais graves. Ela é composta por diferentes pontos de atenção dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), e é regulamentada pela Portaria GM Nº 3.088, de 2011.
Estrutura da RAPS no Município de São Paulo:
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS): Serviços especializados que atendem pessoas com transtornos mentais severos e persistentes. Existem CAPS voltados para adultos, crianças e adolescentes, além dos CAPS Álcool e Drogas.
Unidades Básicas de Saúde (UBS): Funcionam como a porta de entrada para o sistema, oferecendo atendimento inicial e encaminhamento para serviços especializados, quando necessário.
Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs): Residências para pessoas com transtornos mentais que necessitam de moradia protegida e acompanhamento contínuo.
Ambulatórios de Saúde Mental: Serviços que oferecem atendimento ambulatorial, incluindo consultas com psiquiatras e psicólogos.
Unidades de Acolhimento: Espaços destinados ao acolhimento temporário de pessoas em situação de vulnerabilidade social e com transtornos mentais.
Leitos de Saúde Mental em Hospitais Gerais: Disponibilizados para casos que necessitam de internação hospitalar.
Compromisso com a Expansão da Rede de Atendimento Infantil
Reconhecendo a urgência de abordar os problemas de saúde mental entre os jovens, eu, como candidato a vereador de São Paulo, me comprometo a aumentar significativamente a rede de atendimento voltada para crianças e adolescentes em situações de vulnerabilidade. A expansão dos serviços de saúde mental para essa faixa etária é crucial para garantir que os jovens paulistanos tenham o suporte necessário para enfrentar os desafios que encontram no dia a dia, desde os primeiros sinais de sofrimento psíquico.
O Que Cada Um Pode Fazer para Cuidar da Própria Saúde Mental?
Cuidar da saúde mental é um processo contínuo e pode ser feito de várias maneiras, incluindo:
Manter uma alimentação equilibrada.
Dormir bem e o suficiente.
Praticar atividades físicas.
Realizar atividades de lazer.
Manter relações sociais significativas.
Cultivar práticas comunitárias e espirituais.
Traçar e perseguir objetivos de vida.
Procurar ajuda profissional quando necessário.
Quando Procurar Ajuda?
É fundamental buscar ajuda quando o sofrimento psíquico começa a interferir de maneira significativa na vida diária. Sintomas como alterações no sono, humor, uso abusivo de substâncias, pensamentos negativos persistentes e dificuldades de relacionamento podem ser sinais de que é hora de procurar um profissional.
Conclusão
Dado o cenário alarmante de aumento dos transtornos mentais entre os jovens, é essencial que o município continue a fortalecer a Rede de Atenção Psicossocial e que a sociedade promova a conscientização sobre a importância do cuidado com a saúde mental. A atuação integrada dos diversos setores e o apoio social são fundamentais para garantir que os jovens de São Paulo tenham acesso ao suporte necessário para enfrentar os desafios da vida moderna de forma saudável e equilibrada. Como vereador, estou comprometido em trabalhar ativamente para expandir essa rede de apoio, especialmente para nossas crianças, assegurando um futuro mais saudável para as próximas gerações.
Walter Ciglioni – Graduado em Jornalismo e Relações Públicas e Vice-Presidente da TV Aberta de São Paulo. Integrante na OAB/SP nas Comissões de Cidadania e Formação Política, Governança e Integridade, e Infraestrutura, Logística e Desenvolvimento Sustentável. Pós-graduando em Gestão Pública pela Uni Drummond e, em 2014, candidato a Governador do Estado de São Paulo.