Optou por esperar que o impasse Brasil x EUA ficasse no freezer desde a estupidez das novas tarifas grassou.
Imaginou que Trump estava blefando e que, com o correr dos dias, retiraria as tarifas absurdas. Trump não piscou.
Agora, se enrola na bandeira nacional e grita que a soberania é inegociável. Em tese, está certo.
Mas não é uma posição definitiva. Quando tempo esse argumento se sustenta? Dois, três meses?
E quando o comércio desabar, o dólar disparar, o PIB cair e as exportadoras começarem a demitir em massa?
Alguém perguntará: o que Lula poderia ter feito melhor? Poderia ter feito melhor e com mais classe.
Pegar o telefone e ligar para Trump. Não quis atender? Tudo bem: diz à Nação que tentou ligar para discutir o tema.
Mais adiante, poderá dizer: “Eu fiz o que pude.”
Falam que Lula tem cagaço de ser maltratado por Trump, como foram Zelensky e o sul-africano.
Ele é presidente do Brasil porque quis ser candidato. Agora, tem de enfrentar as agruras e tensões do cargo.
Liga, fala com educação e, se receber um tratamento grosseiro, responda com classe. E mais adiante poderá dizer:
“Eu fiz o que pude.”
Por mais que tenha razão, ficar enrolado na bandeira nacional é um argumento que se desgasta por si mesmo.
Em três meses, perderá a razão, por mais que a imposição de tarifas seja uma boçalidade.