Nos meus 40 anos de profissão já enfrentei muitos desafios no relacionamento médico – paciente mas nada parecido com o Dr. Google.
Nas várias especialidades a dificuldade em explicar tratamentos está presente, porém nas cirúrgicas o problema é maior, quando se faz o diagnóstico e é indicado o procedimento cirúrgico, sendo necessários esclarecimentos sobre a técnica a ser usada, tipo de anestesia, pós operatório, tempo de repouso etc; de uma forma simples e elucidativa respondendo às dúvidas do paciente e seus familiares.
Atualmente, o que temos presenciado na maior parte do casos, é um paciente que já pesquisou na internet acerca dos seus sintomas, elaborou uma hipótese diagnostica, e já questiona os variados tipos de tratamento clinico e/ou cirúrgico, de forma a questionar o conhecimento e a experiencia do médico.
Perguntas relacionadas a técnica cirúrgica outrora pesquisadas pelo paciente, são frequentes no dia a dia do cirurgião, tal como o uso ou não de um determinado medicamento no pós operatório, certos produtos para curativo pós cirúrgico e tempo de repouso. Isso traz um novo desafio ao medico cirurgião, visto que além de indicar o tratamento, deve ainda convencer o paciente de que aquela é a melhor escolha dentre as possíveis.
A experiência do profissional deve ser colocada em prática nesses momentos, pois facilmente o relacionamento médico-paciente previamente saudável, pode passar a um confronto desagradável.
O paciente pode e deve saber todas as informações acerca de sua patologia e tratamento, porém, deve levar em conta que esta diante de um profissional que dedicou grande parte da sua vida ao estudo e tratamento de enfermidades, e assim sendo, deve confiar e sentir-se seguro com as soluções propostas pelo profissional assistente.
