O discípulo tinha tido muitos desentendimentos com pessoas com as quais se relacionara nos últimos meses. Próximo do final do ano perguntou ao Mestre:
“Como faço para não me aborrecer com as pessoas chatas? Algumas falam demais, outras são ignorantes. Algumas são indiferentes. Sinto ódio das que são mentirosas. Sofro com as que caluniam”.
O sábio, rapidamente, respondeu:
“Pois viva como as flores!”
O aluno retrucou:
“Mas como é viver como as flores?”
A explicação foi sábia e de grande profundidade:
“Repare nestas flores” e apontou para os lírios que crescem no jardim. “Elas nascem no esterco, entretanto, são puras e perfumadas. Extraem do adubo malcheiroso tudo que lhes é útil e saudável, mas não permitem que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas. É justo angustiar-se com as próprias culpas, mas não é sábio permitir que os vícios dos outros o importunem. Os defeitos deles são deles e não seus. Se não são seus, não há razão para aborrecimento. Exercite a virtude de rejeitar todo mal que vem de fora. Isso é viver como as flores”.
O leitor compreendeu essa poderosa mensagem?
Entenda uma coisa: não importa o que acontece com você, o que realmente importa é como você reage ao que acontece com você no dia a dia.
Jamais entre na mesma energia de pessoas negativas, agressivas, de mal com a vida, mal educadas, estressadas e etc. O problema está com elas e não com você. Apenas observe de forma impassível. Não adianta retrucar e nem tentar convencer o outro de alguma coisa. Pura perda de tempo.
Coloque um anteparo, um escudo que impeça que você seja atingido pelas palavras amargas alheias.
JORGE LORDELLO