“No inferno os lugares mais quentes são reservados àqueles que escolheram a neutralidade em tempo de crise” (JFK)
A retórica “politicamente correta” propaga criminosamente a “cultura de desculpas”, que encobre a usina de ódio ao ocidente instalada no Islã.
Essa retórica é virulenta. Inocula a “cultura do vitimismo” e a “cultura da tolerância aos intolerantes” – estimulando minorias rancorosas e radicais políticos.
A cultura de desculpas foi exercida sem qualquer percepção do caráter historicamente intolerante, belicista e expansionista da ortodoxia muçulmana, latente em todas suas correntes étnico-doutrinárias.
O jihadismo terrorista, a manifestação mais insana desse empenho doutrinador islamita, há muito percebeu a fraqueza moral gerada pela retórica politicamente correta. Fazendo uso do vitimismo liberticida, trabalha firmemente para gerar cisões e degradar a humanidade plural e civilizada. Cultiva a insanidade dos idiotas que buscam “desculpas” a cada ato covarde praticado contra indefesos – “culpando” nossos valores, conquistas e direitos.
Radicais de toda ordem marcham sobre o sangue de inocentes e sobre os escombros de estruturas políticas degradadas pela mentalidade hipócrita dos patrulheiros do politicamente correto. São estimulados e “justificados” pela cultura de desculpas do esquerdismo acadêmico.
A postura desprezível dessa gente contamina o debate e obstrui ações de afirmação dos valores universais. É reforçada pela ação nefasta dos políticos que servem às doutrinas populistas e pelos governos contaminados pela “Síndrome de Chamberlain” – aquela hesitação ante o mal, que historicamente já nos custou a Segunda Guerra Mundial.
Paris, berço da República Pluralista, é hoje vítima dessa massa disforme de idiotias militantes.
Que fique claro. Não há espaço para tolerar intolerantes. A ação do terror islâmico fere de morte o senso comum de Justiça, o laicismo, o pluralismo e a democracia.
A cultura de desculpas é paradoxal. Idiotas do “politicamente correto” cultuam a tolerância aos intolerantes, usam a vitimização como pretexto para “passar o pano” na chacina covarde e, pior, querem “democraticamente” calar a razão, criminalizando a discordância. Seres imorais buscando impor sua tirania imoral.
O objetivo é um só: destruir os valores morais mais sagrados do ocidente.
É a supremacia dos idiotas, a hegemonia dos moralmente deformados. Gente que não segue para além do triste limite do vitimismo e da necessidade de compartilhar desconfortos.
Psicopatas liberticidas que, dizem combater o preconceito de gênero, etnia, religiões e hábitos, de fato reforçam o ódio e a discriminação. A necessidade de sugarem o ódio é tão voraz que chega a ser cômico ver militantes feministas ou ideólogos de gênero saudarem terroristas jihadistas e criticarem Israel… ignorando que seriam queimados vivos pelos primeiros… na primeira oportunidade.
Esquerdistas sem bússola… Prisioneiros do ódio que preenchem o vazio de conteúdo de suas vidas com o rancor do inconformismo desesperador.
Freud, se vivo, explicaria…
Por sua vez, o radicalismo xenofóbico dá o abraço da morte nos imbecis esquerdistas e reduz a cultura, a erudição e a ética à tábula rasa da manipulação segregacionista. O único destino, funesto, é a corrupção e o isolamento.
A ascensão dos polos é simbiótica. A intolerância, de parte a parte, estimula a concentração de renda e a afirmação de poder das minorias radicais.
É fato. Os infelizes são reféns do populismo. No populismo, pouco importa a origem da catarse, de direita ou esquerda. O resultado será sempre o desastre.
Assim, o que distingue o ser humano inteligente e moralmente justo, de um verme subalterno às trevas da ignorância, é a capacidade do primeiro buscar a felicidade. O outro, sempre estará alinhado ao rancor.
Nossa sociedade, bem ou mal, nos ensinou a buscar a felicidade. Cultivamos a felicidade na felicidade do próximo, na realização dos sonhos, no exercício da liberdade, na expressão livre do pensamento, na música, na arte, no trabalho, no sexo, no amor sem preconceito e na afirmação da individualidade de cada um, em prol do bem comum de todos.
Com a religião moderna não é diferente. O que liberta nossa alma é a busca livre e consciente pela religiosidade e a fé. Cristãos, judeus, hindus e budistas – ainda que guardem entre seus seguidores alguns adeptos da ortodoxia, aprenderam que subjugar não liberta – pelo contrário, escraviza a alma.
Há séculos, muitos de nós conquistamos a governança da sociedade em bases laicas, de forma a não condicionar a política à teocracia.
Conquistamos essa inteligência, essa postura moral, esse senso de justiça e essa religiosidade distinta da estrutura do Estado, à custa de muito sangue, superando com grandeza rancores e ressentimentos ancestrais – os quais, ainda que subsistam em vários rincões, diluem-se nos mecanismos democráticos de convivência global que todos construímos.
É isso que devemos, portanto, defender, todos os dias, em todos os espaços – para que nossa luz civilizatória não seja conspurcada pela ação do obscurantismo covarde, ignorante, infeliz e homicida!
Aludindo a Dante Alighieri, sobre o destino daqueles que se omitem ante o bem e o mal, John Kennedy professara que “no inferno os lugares mais quentes são reservados àqueles que escolheram a neutralidade em tempo de crise”.
Devemos dar um basta aos celerados morais… e aos que ante estes se acovardam!
Liberdade, Igualdade, Fraternidade e Laicismo!
Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados. Integrante do Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional, membro da Comissão de Direito Ambiental do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB e da Comissão Nacional de Direito Ambiental do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB. É Editor- Chefe do Portal Ambiente Legal, do Mural Eletrônico DAZIBAO e responsável pelo blog The Eagle View.