Por conta da dimensão mundial do conflito na Faixa de Gaza envolvendo Israel e o movimento terrorista Hamas, um livro recém lançado no ano de 2023, pela Companhia Editora de Pernambuco – CEPE – de um intelectual pernambucano Jacques Ribemboim – ” História dos Judeus de Pernambuco” – que remete a presença dos judeus no Brasil há mais de cinco séculos, despertou grande atenção.
Quando se fala de judeus em Pernambuco dois temas são recorrentes e provocam interesse maior e de dimensão na História do Novo Mundo descoberto. O primeiro deles é o fato de nos anos 1636/37 ter sido inaugurado a primeira sinagoga – casa de orações, uma mikvê, piscina para ritual religioso e os chedarim para estudos do Talmude e Torá. Estava situada no Recife, na antiga rua dos Judeus , hoje uma das mais belas ruas do Bom Jesus na capital pernambucana.
Ressalte-se que além de ter sido a primeira sinagoga construída no Brasil colônia ela era a primeira dessas instituições desse tipo nas Américas. Um marco na história mundial do judaísmo.
O segundo é sobre uma ideia amplamente divulgada de que os judeus fugidos do Recife após a rendição dos holandeses fundaram a cidade de New York na América do Norte. Sobre isso, inclusive, na época, quando Senador por Pernambuco fiz parte da representação do Brasil na Assembleia da ONU e aproveitei para ir ao Museu da Cidade de New York pesquisar a história dos 23 judeus pernambucanos que saíram do Recife e por lá aportaram. Não fundaram a cidade, então um pequeno núcleo urbano da colônia holandesa de New Amsterdã, mas estão nas origens da futura cidade. E com certeza, foram pioneiros da primeira comunidade israelita nos USA.
A saga desses judeus ao fugirem do Recife após a rendição holandesa e a volta da Inquisição Portuguesa foi tormentosa e impressionante. O livro do Jacques Ribemboim, onde pude conhecer mais claramente tudo o acima dito, nos dá a dimensão da aventura que foi a fuga, travessia e chegada no povoado da futura grande cidade de New York.