Nos momentos de eventos climáticos extremos, sejam chuvas volumosas, sejam ventos violentos, acontecem quedas de muitas árvores nas cidades, particularmente em São Paulo.
Em novembro de 2023, naquela ventania de 100 km/h caíram cerca de 1.500 árvores por aqui, causando mortes, falta de energia por uma semana e muitos prejuízos materiais.
Nestes momentos, parte significativa das pessoas ficam com opiniões contrárias à arborização e surge uma tendência de suprimi-las.
Meu mantra: “Árvores: ruim com elas? Muito pior sem elas!”
Vamos explicar.
As árvores são seres vivos indispensáveis na vida de uma cidade, principalmente uma metrópole como São Paulo.
Quando caminhamos na rua sob um sol escaldante de mais de 30 graus e alcançamos a sombra de uma árvore, vemos um alívio de queda de temperatura, como se fosse um ar condicionado natural.
Sim! Num dia de muito calor por aqui, já foi provada a diferença de temperatura entre Brás / Pari, que tem poucas árvores em comparação com Parelheiros, que tem cobertura florestal, chega até a 8/10 graus. Isso é real.
A falta de cobertura arbórea em várias áreas da cidade, em particular na periferia, como Cidade Tiradentes, mas também em áreas centrais como Mooca, produz as conhecidas “ilhas de calor”, também já comprovadas que são responsáveis pelas precipitações violentas de chuvas em áreas localizadas. Temos visto isso se repetir.
Também sabemos que no entorno das árvores plantadas, há a absorção da água da chuva, contribuindo para a permeabilidade do solo e, também colaboram no combate à poluição do ar, absorvendo poluentes.
Além disso, está comprovado que uma árvore com copa grande evapora cerca de 400 litros de vapor d’água por dia, melhorando a umidade do ar e o controle da temperatura.
Temos também o aspecto interessante e necessário do fundamental papel das árvores na existência da fauna urbana, composta pelos pássaros e pequenos mamíferos, além da beleza do verde e das floradas, que “humanizam” o espaço urbano.
Árvore é tudo de bom!
São Paulo tem 652 mil árvores no viário: ruas, praças e outros espaços. Não se contam aqui cobertura arbórea das matas e dos Parques da Cidade. Todas eles são muito importantes.
As árvores que mais incomodam com suas quedas são aquelas do viário.
Dessas 652 mil, cerca de 20% estão doentes, por pragas ou parasitas.
Uma grande quantidade delas, foi plantada de forma errada. São exóticas, são árvores de raízes expansivas demais para calçadas ou de porte exagerado para determinados locais.
E um terceiro problema grave são as podas erradas ou não feitas, e as árvores de caule estrangulados pelo cimento das calçadas.
Além disso, parte das árvores da cidade são idosas. Como sabemos, as árvores são seres vivos, que tem como nós, um ciclo de vida: nascem, crescem e morrem.
Assim, parte das árvores que caem são idosas, já enfraquecidas pelo tempo.
Todos esses motivos descritos acima são causadores de quedas de árvores.
Dessa forma podemos concluir que as árvores são extremamente necessárias para nossa qualidade de vida. A escolha das espécies a serem plantadas devem seguir regras já determinadas no manual de arborização da Prefeitura, e que o manejo, seja na poda correta ou no tratamento das doentes, e a remoção e substituição, após avaliação fitossanitária.
Ano passado a Prefeitura plantou 100 mil mudas de árvores em São Paulo. Não é pouco, mas precisamos de mais.
O segredo do sucesso é plantar, plantar sempre, “a árvore certa, na hora certa, no lugar certo”.
E cuidar das árvores, o poder público, e cada vez mais a população.
Nós só temos a ganhar com isso.
652 mil árvores. Muito pouco para uma cidade de 11 milhões de habitantes. Precisamos estabelecer como meta chegar a 1 milhão até 2025 ou 2027 e 2 milhões até 2030