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O Brasil das agendas ocultas. Por Ronaldo Bianchi

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Há uma dificuldade de entender os sinais que estão por trás das mensagens do governo Lula e do PT. Lula discursa obviedades rasas.O PT estica a corda radical.O conjunto éa imagemgestáltica“rossa”. O comunicado é dúbio e tenso. Por muitos anos fui pescador e uma das pescarias mais desafiadoras é a de águas turvas. Não enxergamos o que surgiráà superfície.Nossas águas estão turvas.

O que quer Lulapresidente?

Ficar famoso internacionalmente. Ser redimido da prisão, eliminarquem o prendeu,fazer a sucessão e sair com uma imagem melhor do que entrou.Vemos um presidente desinteressado na agendade longo prazo.Usa elementos táticos de curto prazo na arena de comunicação. Concentra o raciocínio em aspectos sociais e despreza os fundamentos econômicos. Os bons resultados entram pela porta da iniciativa privada e são interpretadas como fruto de ações públicas. Truque de ilusionista.Emprega a discórdia dos agentespara atuar como mediador. Ação típica sindicalista. O PTé núcleo do governo. A aliança que derrotou Bolsonaro está mal representada.PT assumiu o controle sobre a : Justiça, Fazenda, Casa Civil, Desenvolvimento Social, Saúde, Comunicação, Relações Institucionais e Desenvolvimento Agrário, Petrobras, BNDES.É uma gerigonça majoritariamente petista dirigida por Lula.Um governo desarticulado.Este governo está cada dia mais a cara de Dilma II do que Lula I.

Como está o PT?

O PT se equilibra entre a utopia socialista e o oportunismo do aparelhamento. A proposta de combater a extrema direita é uma bandeira capciosa. Flertam com a possibilidade de transformar o Brasil em um espécie de China dos trópicos. Sonham com uma burocrática alinhada, uma elite econômica subalterna ao partido hegemônico rodeadossociedade civil de cabresto com a mídia controlada. Todos submetidos a um padrão petista de comportamento.

Hoje, a presidente do partido defende as ditaduras da Venezuela, Cuba, China, Rússia, Irá e apoia pelo menos alguns movimentos terroristas como Hamas, Houthis eHesbollah. A recente viagem pelo “percorsorosso” da sua liderançaindica o farol que baliza para sua chegada triunfal.  Foi a Cuba oferecer apoio contra o embargo dos EUA e a China realizar o Seminário Teórico entre o PCCh e o PT. Uma espécie de Fórum de São Paulosino petista.

O que quer o judiciário?

Quando o gênio escapa da lanterna sem um senhor para dirigi-losurgeo imprevisível.Assim aconteceu com STF e seu anexo,o TSE.Alexandre de Moraes lidera o ativismo. O resto segue sem contestação. Chegam a sentenciar uma professora aposentada de 71anos a 17 anos de cadeia. Foi acusada de terrorista, vocacionada a golpista.Passamos a ter uma espécie ultrapassada de umtribunal da inquisição. Onde a capa do processo define o voto e de 11 três ministros7 foram nomeados por governos petistas. Temos uma “corte ativista”. Dada as investidas exitosas, passou a legislar e mandar executar.

O que quer o legislativo?

O legislativo tem sido um poder proeminente, porque não existe uma maioria de governo. Quem manda é o Centrão.A maioria quer verbas que beneficiem suas paróquias. Espremem o poder executivo por cargo onde encontram orçamento para administrar. Usam da tática de pautas que percorrem o eixo da obstrução a pautas bombas e obstrução. A minoria mal consegue ser fiel da balança.

A direção tem sido moderadamente ativa.Atuou no arcabouço fiscal, reforma tributária, demarcação de terras indígenas, nas saidinhas de prisioneiros, na penalização de portadores de drogas, principalmente definindo o orçamento e suas emendas. O seu papel de fiscalizaro executivo e disciplinar o STF desapareceu. Afinal, colocar lupa na rota das emendas pode comprometer os dois poderes.Fica confuso vigiar o mandatário.

O que quer a sociedade civil?

Tirando os partidos, sobram as entidades. Ligadas a cultura, as religiões, filantropia, proteção étnicas, defesa dos direitos humanos, liberdade de expressão, meio ambiente, pesquisa científica, saúde, educação, bem estar dos desprovidos, diretos de propriedade, reforma agrária, lojas maçônicas entre outros. As mais expressivas são asfilantrópicasreligiosas ou não.. Utilizamas figurasjurídicas dos convênios, renúncia fiscal e contratos de gestão com governos de plantão. A sua estruturação de dependência surge com Getúlio em 1935, quando o poder executivo regulamentou a transferência de verbas do Estado para as entidades. O Estado é um ator mais representativo no financiamento ao terceiro setor. As empresariais não contestam o Estado e nem governo. Portanto, a contestação fica com entidades partidárias e de forma pendular as ideologicamente engajadas.

O que querem os empresários?

Os nacionais queremprotecionismo, subvenções, juros baixos,extensão de pagamento de impostos, com menoralíquota possível. Por quê? O país é rico com um povo pobre. Qualquer taxa mais alta, reduz o volume de compra da produção e serviços. O povo paga o imposto coletado pelo empresariado.As alíquotas dos impostos definem os pontos de equilíbrio das empresas.O povo como as empresas sofrem na mão de maus governos que aceleram déficit, geram inflação e portanto fragilidade sistêmica. Há baixa solidariedade entre os empresários comparativamente às corporações públicas e ao setor bancário. Ninguém lidera um processo de “aggiormamento”. Faltam líderes que se predisponham a enfrentar as disfunções públicas.O empreendedorismoé puxado pela “pejotização” – antigos celetistas que passam a ser contratados como pessoa jurídica ou pela informalidade. As empresas de maior portefracionam atividades. Passam a terceirizar atividades não estratégicas contratando empresas que formam um feixe de contratados queproduzem ou servem.

O que querem os trabalhadores?

Os servidores públicos concursados desejam manter seus empregos, ganhar aumentos por tempo de serviço e se possível uma aposentadoria integral. Os lotados em cargos comissionados têm diversas intensões. Os do terceiro setor, fazem o que gostam ou não se coadunaram com os padrões empresariais.Os do setor privadoencontram possibilidades para suas ambições.Cumprem. Desejam uma vida melhor.

O que fazer dentro deste cenário?

Não deixar que os dospercursos totalitários vençame nos oprimam. Que os supremacistas não nos retirem o direito à liberdade de expressão, culto, propriedade e produção. Devemos trabalhar para a recondução do poder judiciário ao leito do recato e olegislativo fiscalizarem. Colaborar para a partida seja vencida pelo ideário de políticas públicas com baixo viés ideológico para protegendo omeio ambiente, ampliando oportunidades, gerenciando com probidade os recursos públicos epropiciando a melhoria do padrão de vida.

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