A Operação Escudo, deflagrada no ano anterior após a morte de um soldado da Rota em Guarujá, e a intensificação da Operação Verão após a morte de outro policial da Rota em Santos, evidenciam a gravidade e a persistência da violência ligada ao crime organizado na Baixada Santista. As causas nefastas deixadas por essas organizações criminosas nas populações mais vulneráveis são inegáveis, com impactos profundos na segurança e no bem-estar dessas comunidades. Aliás, hoje já temos inclusive a comprovação da ligação dessas organizações com outras facções de outros países, tais como Paraguai e Colômbia, evidenciando sua performance internacional no planejamento do narco tráfico de suas ações.
A rota do tráfico na Baixada Santista emerge como um fator crucial na arrecadação de recursos para o crime organizado, especialmente devido à presença do porto de Santos. Sua localização é estratégica para a remessas aos outros países, principalmente na Europa. Essa conexão entre o tráfico de drogas e a economia ilegal destaca a complexidade do desafio enfrentado pelas autoridades para desmantelar essas redes criminosas e interromper o fluxo de entorpecentes.
É fundamental enaltecer a atuação firme das forças de segurança pública, a quem sempre compete o uso das forças e não o contrário na defesa da sociedade e na repressão ao crime organizado. No entanto, a necessidade de investigar quaisquer possíveis excessos que possam ter ocorrido durante essas operações, são cruciais para garantir a transparência e o respeito aos direitos humanos.
Em última análise, essas operações destacam a importância de abordagens equilibradas e abrangentes para enfrentar o crime organizado, que vão além da repressão policial e incluem medidas preventivas e de intervenção social. Efetivamente a ocupação desses territórios pelo estado são imperiosos para vencer essa questão. Essa governança criminal que hoje está substituindo o estado, precisa ser revertida. A busca por soluções eficazes requer uma abordagem multidisciplinar e que leve em consideração as causas estruturais da criminalidade e promova a justiça social e a segurança para todos os cidadãos da Baixada Santista e naturalmente de todo o nosso país, uma vez que o crime organizado passou de ser regional para ser transnacional.
Como pude participar de várias operações no Governo do Estado nesse planejamento da pacificação social, sempre cito a experiência exitosa realizada a exemplo da operação Saturação aqui na comunidade de Paraisópolis, na capital, em seguida com a Virada Social, comprovando que o combate ao crime organizado envolve políticas setoriais de amplos aspectos: segurança, educação, habitação, emprego, saúde entre outros.