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Tempos de trevas e a esperança na luz – por Walter Ciglioni

Vivemos tempos difíceis, talvez um dos períodos mais conturbados da história recente. Olhamos para o mundo e vemos guerras, divisões políticas, violência nas ruas, famílias rompidas e corações endurecidos. É como se o ser humano tivesse perdido a capacidade de cultivar sentimentos bons. Vemos pessoas brigando por tudo e por nada, como se algumas carregassem luz e outras, incapazes de gerar a própria, buscassem sugar a luz dos demais.

Deus está presente, disso não duvido. Mas o mal parece estar sempre à espreita, procurando brechas para conturbar. O livre-arbítrio, dom maior que recebemos, nos dá a liberdade de escolher entre a luz e as trevas, entre o amor e o ódio, entre o perdão e a vingança. E, muitas vezes, o que temos visto é a humanidade se inclinando para o lado errado.

Pergunto-me: por que coisas ruins acontecem com pessoas boas? Talvez porque, quando alimentamos pensamentos ruins, abrimos espaço para que o mal se infiltre. Satanás existe, mas não é maior que Deus. Ele só encontra força quando lhe damos atenção demais, quando esquecemos que o bem, no fim, sempre vence.

No Brasil, vemos essa realidade todos os dias. A polarização política tem dividido famílias e amigos, transformando irmãos em rivais. Hoje falamos da prisão de Bolsonaro; ontem falávamos da prisão de Lula; antes, do impeachment de Collor. Mudam os nomes, mas não muda o ciclo de rancor e disputas que consome a nossa sociedade. Confesso que sinto compaixão pelos envolvidos, pois já vi muito na vida e sei que todos nós somos falhos. A verdadeira questão é: por que repetimos sempre os mesmos erros?

E não é apenas no Brasil. No mundo, a ferida é ainda mais profunda. Israel e Palestina seguem em uma guerra milenar. A Ucrânia sangra diante da Rússia. Trump reacende tensões econômicas que pesam sobre os mais pobres. Líderes que têm a oportunidade de transformar a vida das pessoas parecem, muitas vezes, optar pelo caminho contrário, ampliando desigualdades, disputas e dores.

E diante de tudo isso, nossa primeira reação costuma ser recorrer aos tribunais. Judicializamos cada conflito, cada ofensa, cada desentendimento. Mas precisamos lembrar: um juiz é apenas um ser humano. Ele analisa provas, documentos, argumentos, mas não sente de fato todos os lados da dor. Não enxerga a lágrima contida, a angústia silenciosa, a intenção oculta.

Deus, ao contrário, enxerga tudo. Ele conhece o coração humano como ninguém. Ele vê o que está escondido, entende cada silêncio, conhece a verdade inteira. A justiça humana é limitada; a justiça divina é perfeita. Por isso, antes de transformar cada conflito em processo, precisamos aprender a buscar o diálogo, o perdão e a reconciliação. A justiça dos homens tenta resolver disputas; a justiça de Deus cura feridas.

Tenho 56 anos, e penso muito no futuro da minha filha. Sei que já caminhei grande parte da minha jornada, mas me pergunto: que mundo vamos deixar para os nossos filhos? Um planeta consumido pelo ódio e pela divisão, ou um espaço de esperança e de luz?

A resposta depende de nós. Se cada um der um passo de fé por dia, se buscarmos a reconciliação antes do confronto, se colocarmos Deus no centro da vida, a luz prevalecerá. Não é apenas religião — é existência. É sobrevivência.

A humanidade precisa com urgência lembrar o pacto que fez com Deus, seja nos Dez Mandamentos entregues a Moisés, seja nas palavras de Jesus no Sermão da Montanha. Os mandamentos nos deram a Lei; o Sermão da Montanha nos deu a plenitude do amor: amar, perdoar, respeitar, não matar nem odiar, não trair nem desejar o mal. Não são apenas regras: são caminhos para a vida.

Nenhum ódio resiste ao amor verdadeiro.

Nenhuma mentira resiste à Verdade.

Nenhuma escuridão resiste à luz de Cristo.

É hora de invocarmos a presença divina, de alimentarmos a fé que pode transformar o mundo. Porque, no fim, quando tudo parecer perdido, sempre haverá uma certeza: com Deus, o bem vence. Sempre. ✨🙏

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