Desde a pandemia, novas drogas ilícitas não param de chegar ao Brasil. A família brasileira que se cuide, pois esses novos entorpecentes poderosíssimos, podem arrancar um ente querido da sanidade logo no primeiro contato. São oriundas de laboratórios clandestinos na China e Índia, do leste europeu e EUA.
Recordo-me que na minha juventude, a única droga que se comentava era o cigarro de maconha, e já assustava, tanto que os usuários eram discriminados e tratados como marginais. Os menores mais ousados, os descolados da época, se embriagavam com gin tônica e cuba libre. Bons tempos que não voltam mais, a tecnologia digital mudou o mundo definitivamente. Na mesma velocidade do envio de uma mensagem no whatsapp, as novas substâncias entorpecentes chegaram sem cerimônia e caíram na graça de boa parte de nossa juventude, ávida em ter novas sensações.
A facilidade para aquisição e os diversos meios de pagamentos são fórmulas mágicas para a venda em massa. O cliente se torna prisioneiro do vício e é fidelizado rapidamente. O terreno para a desgraça é fértil; a maioria das famílias não têm informações sobre esse assunto, assim, prefere colocar venda nos olhos como se esse contexto sombrio não existisse ou que seu lindo(a) filho(a) jamais traria essa decepção aos pais.
Drogas antigas demoravam para provocar dependência química. Jovens passavam anos usando de forma ocasional ou habitual, mas o vício somente vinha, e mesmo assim para alguns, após longos anos de uso. Mas agora o jogo mudou e mudou para muito pior. Estudos apontam que muita gente se tornou viciada já na primeira experimentação, isso devido aos efeitos intensos no sistema nervoso central, causados pelo aumento da produção de dopamina, neurotransmissor relacionado ao prazer. Ou seja, a curiosidade do jovem acaba sendo a mola mestra para o abismo.
Entorpecentes sintéticos feitos em laboratórios e chamados de “crack do futuro”, já estão à disposição em todo território brasileiro. A variedade é gigantesca, drogas do tipo K, também conhecidas como “supermaconha”, Spice, Space, Zen, Crazy Monkey, MDMA, MDA, NBOMe, NBOH e etc.
Nos últimos 10 anos, mais de 140 substâncias sintéticas foram identificadas e incluídas na lista de drogas proibidas para uso no Brasil, sendo que muitas que estão circulando, a polícia sequer constatou sua existência.
Jorge Lordello
Boa parte dos crimes que o leitor enxerga nas ruas e nos noticiários jornalísticos têm como pano de fundo o dependente de drogas. Triste dizer que a única certeza é que esse quadro infeccioso social vai piorar.