Não dá mais para esperar ou “empurrar com a barriga”. O assunto é muito sério. Ou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, age com a máxima urgência e resolve logo os dois maiores problemas do futebol brasileiro (má arbitragem e erros crassos de interpretação de jogadas pelo VAR (Vídeo Assistant Referee), ou o esporte mais popular de nosso País perderá totalmente sua já arranhada credibilidade, e poderá entrar num buraco tão fundo e escuro de onde, dificilmente, conseguirá sair. Com a sequência de erros que alcançaram índices inaceitáveis neste ano,o torcedor brasileiro começa a deixar de acreditar na CBF e, aos poucos, também deixará de frequentar os estádios. Poderá ser assim o fim deste esporte que já foi chamado “o mais popular do Brasil”. Só como exemplo dos erros que tem acontecido, vou citar aquele que aconteceu no último final de semana, no Allianz Arena, onde jogaram Palmeiras e São Paulo. O árbitro Raphael Claus ia bem até que, chamado pelo VAR, anulou um gol que parecia ser legítimo do Verdão. A torcida verde se revoltou e começou a fazer com as mãos o gesto de que seu time estava sendo “roubado” pela arbitragem. Apesar disso, o jogo seguiu, sempre com a desconfiança do torcedor palmeirense, que só sossegou, quando, na prorrogação da partida, o Verdão fez o gol da vitória através de Flaco Lopez, já nos acréscimos da partida. Como consequência, o assunto foi esquecido pelos torcedores e só agitou um pouco a saída de campo dos jogadores, após o apito final da arbitragem.
Como disse, esse é apenas um dos pequenos exemplos de como a arbitragem brasileira tem cometido seguidos erros em grande número de partidas oficiais dos campeonatos organizados pela CBF. O VAR transformou-se num verdadeiro vilão do futebol brasileiro, tanto para jornalistas esportivos como para torcedores. Tanto que já começou um movimento que pede o fim da utilização deste processo eletrônico no futebol brasileiro. Mas esse não é um problema só do Brasil. Também na Inglaterra, isso aconteceu durante algum tempo. Mas a Premier League agiu rápido (como Ednaldo Rodrigues deveria fazer no Brasil), fez reuniões semanais com dirigentes da federação e de clubes, discutiu o assunto com profundidade e tomou de imediato as providências que se faziam necessárias. Segundo apuramos, foram gastos milhões de libras esterlinas para reformular todo o aparelhamento de tv que acompanha cada jogo da Premier League, usando uma tecnologia de ponta e dando aos árbitros que trabalham com eles numa sala isolada, todos os recursos possíveis para verificar se houve alguma infração na jogada do gol, se houve ou não impedimento, se a bola ultrapassou totalmente a linha do gol o não. Esse aparelhamento, que custou muito caro, passou a ser utilizado em TODOS os estádios onde haviam jogos da Premier League. Com o mesmo número de câmeras e com toda a nova tecnologia exigida para um futebol de ponta, como é o da Inglaterra.
Outra providência que foi tomada por exigência dos clubes ingleses, é que fosse diminuído sensivelmente os segundos ou minutos para que o resultado do VAR fosse divulgado. Neste ano, decisões que demoraram até 5 ou 6 minutos, caíram para menos de 1 ou 2, o que fez com que os jogos não fossem paralisados por tanto tempo como acontecia no passado. Lembro que, aqui no Brasil, já houve casos de árbitros e jogadores esperarem mais de dez minutos por uma decisão que, nem sempre, mostrou a realidade dos fatos. Aliás, só para que vocês tenham uma ideia, o aparelhamento do VAR aqui no Brasil é primário, é de péssima qualidade. A imagem das jogadas que precisam ser observadas, nem sempre tem a nitidez exigida. Além disso, a CBF não tem aparelhagem igual para cada jogo. Num clássico Flamengo e Fluminense, por exemplo, o VAR costuma ter 95 câmeras à disposição. No mesmo dia, num jogo menos importante, só 36. Imaginem então numa partida entre os últimos colocados do campeonato. Essa é uma falha que só um super investimento da CBF na compra de aparelhos de última geração, importados da Europa, poderão resolver. Caso contrário, vamos continuar a ver erros graves de árbitros, avalizados pelo VAR que, em tese, deveria estar ali para impedir que eles acontecessem. Diante desta realidade, chego à conclusão de que o VAR só é bom com tecnologia ultra moderna. E como ela custa muito dinheiro (que a CBF não tem), melhor seria suspender o VAR no Brasil até segunda ordem. Haveria também a possibilidade do presidente da CBF arrumar um grande parceiro ou parceiros, que bancassem esses custos. Mas será que ele tem capacidade para tanto? Eu duvido. Ah, e só para terminar, uma curiosidade. Neste ano, na Premier League, todo árbitro precisa informar qual seu clube de coração. Já imaginaram a agitação que isso iria criar se essa decisão fosse adotada no Brasil???