Por Danielle Araújo, Diretora Vice-Presidente de Marketing, Mídias e Comunicação da Associação Brasileira de Serviços Compartilhados (ABSC) e Gerente Executivo do Centro de Serviços Compartilhados da Liga Solidária
O marketing social é um tema cada vez mais relevante para as empresas. Quando o recorte são as entidades sem fins lucrativos, aquelas que buscam ampliar o seu alcance e impacto na sociedade, ele se torna ainda mais importante e complexo. Como aplicá-lo? Quais são os benefícios e desafios dessa estratégia?
Na teoria o marketing social é uma forma de utilizar os princípios e técnicas do marketing tradicional para promover causas sociais, ambientais ou culturais, e influenciar comportamentos positivos nas pessoas e nas comunidades. É importante entender como comunicar a sua missão, atrair e fidelizar seu público, sejam doadores, voluntários ou parceiros, e gerar mudanças sociais efetivas.
Quando levo a discussão para minha área de atuação na Associação, temos como objetivo principal promover o tema de Serviços Compartilhados através da integração de seus associados, compartilhando informações, disseminando conhecimentos e contribuindo para o aumento da competitividade do setor. Nesse contexto, enfrentamos diversos desafios relacionados ao marketing que são diferentes dos desafios enfrentados por empresas privadas, por exemplo. Alguns desses desafios são:
- Comunicar a missão, a visão e os valores da organização para o público externo, como doadores, patrocinadores, voluntários, parceiros, imprensa e sociedade em geral, de forma clara, transparente e inspiradora.
- Gerar engajamento e fidelização dos públicos de interesse, criando uma relação de confiança, credibilidade e identificação com a causa da organização.
- Mensurar o impacto social e ambiental das ações da organização, utilizando indicadores e ferramentas adequados, que demonstrem os resultados e os benefícios gerados para as pessoas e para o planeta.
- Inovar e se adaptar às mudanças e às tendências do mercado, utilizando as novas tecnologias e as mídias digitais, para ampliar o alcance e a visibilidade da organização e captar mais recursos e apoios.
- Desenvolver uma cultura de marketing na organização, envolvendo e capacitando os colaboradores, os gestores e os conselheiros, para que sejam embaixadores e multiplicadores da marca e da mensagem da organização.
Dentre todos esses tópicos, é preciso procurar superá-los utilizando as melhores práticas e as estratégias de marketing mais eficazes para promover as organizações. Eu acredito que o marketing é uma ferramenta poderosa para transformar a realidade social e ambiental, pois ele permite comunicar e sensibilizar as pessoas sobre as causas que são importantes para a construção de um mundo melhor.
Nesse contexto, é imprescindível alinhar novas tendências, tecnologia e metodologias a criação de conteúdos interessantes e insights atrativos, levar aos associados e leitores materiais desenvolvidos por profissionais de referência nos temas, movimentar organicamente as redes sociais estabelecendo confiança e referência nos assuntos ligados à área de atuação, além de consolidar os materiais apresentados em artigos, posts, webinars e podcast, disseminando conhecimento e construção em rede.
O marketing também permite gerar valor e reconhecimento para as organizações que realizam um trabalho essencial para o desenvolvimento humano e sustentável. Mostrar que o coletivo faz a diferença é o grande acerto da comunicação quando a busca é cativar e fazer com que o público ‘compre sua luta’, como é o caso de entidades sem fins lucrativos. Vivo diariamente essa busca tanto na ABSC quanto na Liga Solidária e posso afirmar: o marketing social, mais do que vender algo, salva vidas e muda o jogo.
Sobre Danielle Araujo
Formada em Tecnologia, com MBA em Gestão de Projetos e Processos e MBA em Business Intelligence, conta com 15 anos de experiência, liderança de equipes e gestão de projetos de tecnologia, com foco em otimização, criação de valor, atendimento ao cliente, e soluções para o negócio. Realizou a implantação do CSC da Liga Solidária com várias áreas de competências, primeira Organização da Sociedade Civil a implantar um CSC no Brasil. Atua com 9 programas sociais, beneficiados entre crianças, adolescentes, adultos e idosos e Negócios Filantrópicos, recursos são direcionados ao investimento social. Desde 2022, está como Diretora Vice-presidente de Marketing da Associação Brasileira de Serviços Compartilhados (ABSC).