O Brasil é teimoso e continua deitado em berço esplêndido assistindo a boiada passar. Enquanto dorme impassível, como se a situação da violência urbana estivesse controlada, os marginais não param de se aprimorar no empreendedorismo nefasto e muito lucrativo.
Na década de 90 negamos que uma facção estava sendo engendrada no interior da Penitenciária da Casa de Custódia de Taubaté, no Vale do Paraíba/SP.
Não foi dada a devida importância, principalmente pelos políticos, sobre assunto tão relevante.
Atualmente, são identificados mais de 50 conglomerados criminosos super organizados instalados em território nacional. Criaram até o famigerado “Tribunal do Crime”, onde marginais são julgados com celeridade à pena capital.
Estima-se que somente o PCC fature anualmente R$ 10 bilhões.
Já o crack surgiu em meados de 1988, em bairros da periferia de São Paulo. Pouca atenção mereceu a nova droga; mais uma vez vacilamos enquanto o crime trabalhava intensamente visando atrair a clientela para o novo produto entorpecente.
Em 1991 já se podia observar uma intensa procura pela droga no bairro da Luz/SP. Em 1993 seu consumo alcançava grandes dimensões e assim a região acabou sendo apelidada de cracolândia.
As primeiras apreensões da droga K no Brasil ocorreram em 2020, no centro de São Paulo, na região da cracolândia e mais uma vez as autoridades, de todas as matizes, não se fizeram presentes com o rigor e a devida urgência que o fato requeria.
Em 2023 a Droga K, também conhecida como droga zumbi, já é encontrada na maioria das bocas de fumo no Brasil.
Somente agora, após análises laboratoriais em São Paulo, é que se descobriu tratar-se de droga sintética, que contém, pelo menos, 19 tipos de substâncias entorpecentes, que são misturadas a chás, ervas e temperos, principalmente erva-doce e camomila.
Tem poder destrutivo bem maior que o crack.
E aproveitando que as autoridades brasileiras não tiraram nenhum aprendizado das experiências anteriores, acreditando que as consequências vão ser mais do mesmo, as facções criminosas estão introduzindo, atualmente, no mercado brasileiro, o Fentanil, que é um analgésico de uso controlado e restrito a hospitais. Trata-se do opióide mais forte disponível para uso médico.
A droga é 50 vezes mais potente que a heroína, 100 vezes mais forte que a morfina e tem sido misturada na maconha e cocaína.
Nos EUA, em 2022, o fentanil matou cerca de 70 mil usuários americanos.
A pergunta que não quer calar é a seguinte: quando vamos acordar para a triste realidade que se apresenta em relação à violência urbana e começar a agir preventivamente de forma a enxergar a fumaça antes que o fogo se alastre?
Triste cultura reativista latina que o Brasil agarrou e não consegue abandonar.