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As estatísticas demonstram que, no Brasil, o assalto está democratizado, ou seja, está presente em todo território nacional. Desde a pessoa mais humilde até as classes mais ricas, todos estão ao menos preocupados com a possibilidade de surgir a qualquer hora do dia ou noite uma pessoa armada desejando levar o smartphone, corrente de ouro, anel de compromisso ou o veículo que estejam dirigindo. Criminosos sob efeito de substâncias entorpecentes são verdadeiros predadores em busca de uma oportunidades para atacar presas frágeis. Não existe piedade, sentimento de compaixão ou empatia quando o objetivo é arrancar tudo que as vítimas têm de valor, inclusive suas vidas. A violência é física e psicológica. Ser submetido a uma agressão por arma de fogo ou uma faca, mesmo que se restrinja, por vezes, à intimidação, deixa a vítima com marcas por vezes físicas, mas para sempre emocionais. Os números são alarmantes. Um verdadeiro caos social que vem mudando hábitos, impondo ao cidadão honesto o medo e a auto-clausura domiciliar.Hábitos saudáveis e corriqueiros como levar o pet para passear após as 18h já é raro……..muito perigoso!!!!!. Famílias trocaram os jantares em restaurantes aconchegantes pela entrega de comida em casa para evitar o risco. A vida noturna, pelo menos na cidade de Sâo Paulo, está cada vez com menos clientes; é o receio de abordagem criminosa. Condominios residenciais têm buscado aumentar nível de segurança, pois a vida restrita aos apartamentos ou intramuros nas áreas de uso comum está virando a tônica. A chegada de uma motocicleta nas ruas faz nosso coração disparar.É susto atrás de susto, até que um dia esse quadro de doença emocional é instalado na forma de estresse pós traumático ou síndrome do pânico.Os insetos, para não serem “assassinados” pelos predadores naturais, usam de estratégias tais como: o mimetismo que é quando um animal imita o padrão de coloração ou o comportamento de outro organismo como uma forma de proteção. A “camuflagem” é usada por alguns animais que conseguem ficar imperceptíveis no meio em que vivem. Já o “aposematismo” nada mais é que a característica que faz com que os predadores “enxerguem” a presa como um ser tóxico devido ao cheiro ruim ou gosto desagradável e por fim temos a “cripticidade” que são seres que imitam galhos e folhas, parecendo algo não comestível ou que não faz parte da dieta de seu predador.A verdade é que a cada ano que passa perdemos a aparência de cidadãos para ficarmos mais parecidos com amedrontadas presas na selva de pedra. Com o tempo, porque tudo isso já ocorre há muito tempo, não temos mais a sensação de insegurança e sim a certeza que o crime pode acontecer a todo instante e assim acabamos por acreditar ser o novo normal. A esse fenômeno chamo de “banalização da violencia”.Nada disso, mundo afora, com excessões de poucos lugares como nosso país, tamanha violência e letalidade contra as pessoas de bem não acontece. E quando ocorre, raramente, algo parecido com nosso cotidiano, a sociedade impõe ao criminoso o rigor das leis, de tal forma, que desestimula que outros se aventurem a imitá-lo. JORGE LORDELLO