O mais cobiçado objeto de consumo da minha geração era o carro. Ter um carro era poder, liderança social, enfim um “status”. Poucos tinham carro e eram bajulados por isso. Os que possuíam carro, paravam o seu veículo em qualquer lugar, sem correr perigo de multa ou roubo. As ruas eram para veículos e está era a São Paulo da minha época. A geração de hoje não quer carro. Conheço pai e avô que querem dar carro para o filho ou neto e eles agradecem reposdendo com um solene “obrigado não”. O carro foi criminalizado. A rua foi pintada de vermelho, é chamada de “ciclo via”, bares e restaurantes fizeram puchadinhos além das calçadas e o leito carroçavel ficou menor e apertado, enquanto o número de carros aumenta em São Paulo dia a dia. As multas se aperfeiçoaram, os estacionamentos com preços astronômicos, sem falar dos ” flanelinhas” e finalmente o preço do combustível. O seguro e a manutenção, com preços salgados, e o pior é que o motorista não pode comer um ” bom bom de licor”, pois se cair em uma “blitz” terá seu carro certamente apreendido. Se você cumprir todas as regras de trânsito, tendo sua habilitação e carro perfeitamente em ordem, terá que dirigir com o máximo cuidado, pois os irregulares e malucos no volante estão soltos por aí. Com estes e outros argumentos os jovens de hoje preferem os carros “táxi” ou por aplicativos.