O problema da “essência” em filosofia é saber se Deus existe ou não, é indispensável responder essa questão: O que é Deus?
Inúmeros filósofos e pensadores abordaram essa questão de saber se Deus existe ou não.
A Antiguidade greco-latina é politeísta, ou seja, o Deus venerado não é único, pelo contrário, é representado sob a forma de uma multiplicidade de deuses diversos, desempenhando cada um deles um papel próprio: o Deus da guerra (Marte), a Deusa da Sabedoria (Minerva) e assim por diante.
É importante ressaltar que estes inúmeros deuses são como os mortais, como homens, portanto, a esse estado aplica-se o nome de “o antropomorfismo”, ou seja, cada um imagina Deus à sua imagem. Outra concepção da história das ideias é o teísmo judeu-cristão.Para a Bíblia, Deus é um; é Eterno; é uno; possui qualidades metafísicas, físicas e morais. É completamente bom. Sabe tudo (é onisciente), pode tudo (é onipotente).
Enfim, Deus é o absoluto e não o relativo. É o princípio e o fim de todas as coisas. É infinito, eterno e perfeito. Tem as virtudes mais raras, manifesta a sua presença em todo o lugar ao mesmo tempo. É intemporal e Eterno. Alguns filósofos acreditam em Deus por meio do panteísmo como Espinosa no século XVII e Hegel no século XIX.
O panteísmo consiste em dizer que Deus está em tudo e, reciprocamente, tudo está em Deus. Só existe uma substância: a alma, o corpo, o mundo exterior e Deus que formam um todo, o uno. Para os pensadores teístas, Deus é uma certeza absoluta.
Para a maior parte dos filósofos materialistas e para os empiristas, frequentemente qualificados como “pragmáticos”, Deus não passava de uma hipótese particularmente estúpida, inventada pelos homens com o objetivo de se protegerem e reconfortarem na sua angústia “existencial”.
René Descartes (1596-1650), filósofo francês, acrescenta um prova metafísica sobre Deus, ou seja, a ideia do Infinito. Sou um ser finito, mas concebo a ideia de infinito. Prova que se eu – ser finito – contenho em mim a ideia de infinito, essa ideia foi posta dentro de mim por um ser infinito que forçosamente existe fora de mim. Senão, não teria a ideia de infinito. Portanto, se estou certo e seguro da ideia de infinito e que somente Deus é capaz de ter posto em mim, pelo simples fato de ter a noção de perfeição e de infinito, posso concluir que Deus existe com toda a certeza.
Outra célebre prova a favor da existência de Deus foi proposta por Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.), filósofo da Grécia Antiga, quando falou de uma “causa primeira”. A ideia é simples: o universo não podia existir sem ter sido no começo “lançado na sua órbita”, criado, fabricado. Não pode ter sido fabricado do nada.
Consequentemente, teve que haver no princípio um arquiteto, um engenheiro, um operário, um Ser Supremo, para “dar o primeiro passo”. Podemos chamá-lo de Deus e Deus criou o mundo.
O nosso universo é um mundo bem feito, bem organizado, bem concebido, está construído em função de uma ideia diretriz, de um fim, bem determinado, de um fim último. Quer dizer que contém mais coisas boas do que más. É um mundo bem feito, harmonioso.
Gottfried Leibniz (1646-1716), filósofo alemão, falava de uma “harmonia preestabelecida”, Deus teria construído um mundo maravilhoso para o bem de todos e disse que “tudo está bem no melhor dos mundos possíveis.”.
Em “A crítica da razão prática”, Kant (1724 – 1804), filósofo alemão, sustentou que a existência de Deus era “um postulado da razão prática”.
Ele não procura provar Deus por um raciocínio lógico, mas mostra que a existência humana não teria sentido se não pudesse estabelecer, como um fato absolutamente seguro, que Deus existe.
É, com efeito, em Deus que se fundamenta a lei moral: e, segundo Kant, é preciso agir sempre “por puro respeito para com a lei moral”.
Ou seja, Kant postula, pois a existência de um “Deus justiceiro” que “por meio de um sistema de recompensas e punições restabelecerá no além a harmonia entre virtude e a felicidade”. Não se encontrando de modo nenhum essa virtude e essa felicidade no nosso mundo humano.
Kant fundamenta a existência de Deus sobre uma moral que assenta ela própria sobre outros postulados: a liberdade humana e a imortalidade da alma.
Enfim, se não acreditamos em nada, morreremos mal e seremos terrivelmente infelizes até o último instante, temendo sucumbir em algo ainda pior.
Blaise Pascal (1623 – 1662), filósofo francês, disse que entre o absurdo e o incognoscível, não se pode deixar de escolher este último.
É muito mais prazeroso apostar em Deus com esperança e com uma chama que é promessa de sobrevivência.
“Se Deus não existisse, teríamos que o inventar.”
Voltaire (1694 – 1778), filósofo francês.