Dados recentes do IBGE revelaram que o abandono escolar atingiu níveis alarmantes no Brasil, especialmente entre crianças e adolescentes do Ensino Fundamental. A pesquisa evidencia uma realidade preocupante: quase 400 mil jovens entre 6 e 14 anos estiveram fora das salas de aula em 2023, representando um aumento significativo em relação aos anos anteriores. Contrariando a expectativa de que os maiores índices de evasão ocorrem no Ensino Médio, o abandono entre os mais novos alcançou seu pico histórico, lançando um alerta vermelho no que se refere à qualidade da educação brasileira, já que a parcela de crianças na escola diminuiu, chegando a um patamar abaixo das metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação. As causas do abandono são diversas e complexas. Necessidade de trabalhar para ajudar no sustento da família é a principal motivação entre os jovens do sexo masculino. Já entre as jovens, a gravidez precoce é muitas vezes o que interrompe os estudos, evidenciando a importância de políticas educacionais sensíveis às questões de saúde sexual e reprodutiva. Entre os jovens negros e de baixa renda, a falta de acesso a recursos e oportunidades igualitárias, aliada à discriminação racial e socioeconômica, contribui significativamente para a evasão escolar. Tais recortes evidenciam a necessidade de abordagens integradas e inclusivas na formulação de políticas educacionais, visando garantir que todos os estudantes tenham acesso igualitário e permaneçam engajados em seus percursos educacionais. Um outro estudo reforça a gravidade da situação, mostrando que quase metade dos alunos não conclui o Ensino Fundamental na idade certa. Esse indicador de regularidade de trajetórias educacionais revela não apenas a falta de conclusão do ciclo escolar, mas também a presença marcante de reprovações, evasões e abandono. É fundamental que as autoridades reconheçam a importância de políticas públicas eficazes desde os primeiros anos escolares. A falta de atenção a essa etapa crítica da educação compromete não apenas o futuro individual dos jovens, mas também o desenvolvimento social e econômico do país como um todo. Urge um compromisso real com a educação, através do investimento em medidas que promovam a permanência dos alunos na escola, garantindo uma formação de qualidade e oportunidades iguais para todos. Somente assim poderemos reverter esse cenário preocupante e construir um futuro mais promissor para as novas gerações.